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conflito no oriente médio

Israelenses e palestinos se mostram céticos ao retomar as negociações

Os cinco dias de trégua terminam à meia-noite de segunda-feira

Hamad e Mohammed nos destroços de seu apartamento em Gaza.
Hamad e Mohammed nos destroços de seu apartamento em Gaza.ROBERTO SCHMIDT (AFP)

As equipes de negociadores de Israel e das facções palestinas estão retomando neste domingo suas reuniões no Cairo para conseguir um acordo que traga a calma, indefinidamente ou por um tempo prolongado, aos dois lados da fronteira de Gaza. Depois que na madrugada de quinta-feira foram negociados cinco dias a mais de trégua – que acaba às 23h59 de segunda-feira (horário local) –, cada delegação se dedicou a informar seus respectivos Governos e nações amigas e, agora, de novo, estão estudando a proposta feita pelo Egito.

Publicamente, as duas partes mostram ceticismo diante de uma solução rápida e satisfatória. Depois de uma sexta-feira em que todas as partes mostravam seu otimismo diante de um pacto, entre a noite passada e a manhã deste domingo os discursos tornaram-se mais sombrios, mais ameaçadores. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na entrada do Conselho de Ministros que só haverá acordo com o Hamas se houver “respostas claras” às suas necessidades de segurança. “Se o Hamas acredita que pode cobrir suas perdas militares com uma conquista diplomática está equivocado”, alertou. Também repetiu que Israel é “muito forte” e que se seu adversário acredita que o país não tem “a suficiente determinação e paciência” para brigar em um conflito longo “está cometendo um grave erro”.

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Fazia referência a declarações como as de Osama Hamdan, o responsável de Relações Exteriores do Hamas, que no sábado à noite prometeu uma “longa guerra” se não dessem “respostas” a “todas” as aspirações do lado palestino. A proposta atual do mediador egípcio não lhes satisfaz, revelou. Khaled Meshaal, o líder político do Hamas, afirmou em uma entrevista à Al Jazeera que os palestinos não vão ceder em “nenhuma” de suas reivindicações.

Apenas um dia antes, Azzam al-Ahmad, que chefia a delegação palestina no Cairo, falava de “esperança em um acordo muito próximo”. Os ministros de centro do governo de Netanyahu confirmavam esta sensação. Se o endurecimento das mensagens é apenas uma guerra de palavras de última hora ou se as possibilidades de acordo diminuíram, isso será confirmado com o passar das horas.

Os Estados Unidos e as Nações Unidas estão aumentando a pressão sobre as partes para que fechem esse pacto, confirmam fontes de ambas as delegações, enquanto a agência de notícias turca Anatolia cita autoridades egípcias afirmando que há margem para otimismo e que se não houver um acordo agora, poderia ser conseguido um outro cessar-fogo para finalizar as negociação dos termos pendentes. A principal exigência dos palestinos é o fim do bloqueio de Gaza e os israelenses querem a desmilitarização das facções armadas.

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