_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Mais que um acidente

A morte do líder do PSB pode complicar a reeleição da presidenta Rousseff

A morte em um acidente aéreo do líder do PSB, Eduardo Campos, terá presumivelmente maior repercussão que o choque sofrido no país pela prematura morte de uma jovem figura política em ascensão. Campos, ex-ministro do governo Lula, era um dos dois rivais que deviam ser considerados nas eleições presidenciais de outubro por Dilma Rousseff, embora suas expectativas de voto fossem claramente insuficientes.

Até o acidente de seu avião na quarta-feira, as eleições iam ganhando o perfil de um duelo entre a presidenta Dilma e o candidato de centro-direita do PSDB, Aécio Neves; com ampla vantagem segundo as pesquisas (38% contra 23%) para a chefe de Estado, apesar de seu progressivo desgaste. A morte do líder do PSB pode alterar substancialmente esse roteiro se, como parece que vai acontecer, seu partido colocar como cabeça de chapa sua companheira de candidatura, Marina Silva, a carismática ex-ministra do Meio Ambiente de Lula. Marina Silva, encabeçando uma plataforma ecológica, conseguiu 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010 e levou Rousseff a um segundo turno.

Há entre os brasileiros um forte desejo de renovação política e de ruptura do diálogo entre apenas dois protagonistas, o governante Partido dos Trabalhadores e o PSDB de Aécio Neves. Dilma Rousseff é a favorita, mas sua popularidade se deteriorou rapidamente com o enfraquecimento econômico e as acusações de corrupção contra seu Governo. Sua aprovação passou, em um ano e meio, de quase 80% a menos da metade. O mal-estar ficou evidente nos amplos protestos que sacudiram o país nos últimos dois anos, coincidindo com os gastos esportivos de repercussão mundial.

Editorial anterior

No Brasil cresce rapidamente uma classe média que procura transparência e serviços dignos. Também há um enorme e indeciso voto jovem para o qual a candidatura de Marina Silva - uma política pouco convencional, de origem mais que humilde e instintos idealistas - poderia representar um estímulo. Como aspirante da esquerda arrebataria muitos mais votos de Dilma Rousseff do que de Aécio Neves.

Se a presença de Marina Silva for confirmada, tanto a presidenta brasileira quanto seu rival do PSDB terão que repensar sua estratégia. Esse novo cenário transformaria em mais que provável um segundo turno em uma eleição que parecia já decidida.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_