Obama apoia o direito israelense de “se defender”
O presidente manifesta sua preocupação por uma escala entre Israel e o Hamas e alerta para o risco de mais mortes civis
Em um jogo de equilíbrio, Barack Obama, apoiou nesta sexta-feira – um dia depois do início da ofensiva terrestre israelense sobre a Faixa de Gaza – o "direito de Israel de se defender". O presidente dos Estados Unidos destacou que está tentando minimizar as mortes de civis, mas manifestou sua “profunda" preocupação de que ocorra uma escalada no conflito. Na quinta-feira, o Departamento de Estado já tinha defendido a operação israelense.
“[Os EUA têm a] esperança de que Israel continue realizando esse processo de um modo que minimize as baixas civis”, afirmou Obama em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, cujo assunto principal era o avião comercial no leste da Ucrânia. Pouco depois, no entanto, ele afirmou: “Os Estados Unidos, junto com nossos aliados e amigos, estão muito preocupados com os riscos de uma escalada mais extensa e pela perda de mais vidas inocentes”.
O presidente sublinhou que “nenhum país” pode aceitar ser atacado por foguetes, como os lançados pelo Hamas contra Israel, nem que terroristas tenham acesso a seu território através de túneis. Acabar com esses túneis, disse, é o principal objetivo da operação terrestre israelense sobre Gaza.
“[Os EUA têm a] esperança de que Israel continue esse processo de um modo que minimize as baixas civis”
Obama conversou esta manhã por telefone com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e comunicou que seu secretário de Estado, John Kerry, está preparado para viajar ao Oriente Médio para tentar conseguir um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza e que os EUA consideram uma organização terrorista.
“Todos nós estamos trabalhando intensamente para voltar ao cessar-fogo que foi conseguido em novembro de 2012”, afirmou o mandatário democrata. Na quinta passada, em outra conversa telefônica, Obama já ofereceu a Netanyahu a possibilidade de voltar a esse acordo, que foi impulsionado pelos EUA e pelo Egito depois de oito dias de sangrento fogo cruzado e também manifestou sua “preocupação” pela intensificação da guerra.
Washington, assim como em 2012, descarta a negociação direta com o Hamas e quer que o Egito volte a fazer a mediação entre Israel e a organização islâmica. No entanto, o atual governo do presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi – o militar que liderou o golpe de Estado que há um ano depôs o mandatário islâmico Mohamed Morsi – possui menos influência sobre o Hamas do que o governo de Morsi, cuja intermediação foi central para a trégua conseguida dois anos atrás.
Duas horas depois das declarações de Obama, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, enfatizou que o “foco imediato” dos Estados Unidos é “como parar com a violência”, e insistiu que Kerry continuará em contato com os líderes da região para encontrar uma forma de chegar a uma trégua.
Nos últimos dias, o secretário falou por telefone com seu homólogo egípcio e poderia estar preparando uma viagem iminente a esse país, a fim de tentar conseguir um cessar-fogo depois do fracasso, no início desta semana, da trégua entre Israel e Hamas, o que levou à atual invasão terrestre.
A crise em Gaza está sendo tratada nesta sexta-feira (a partir das 15h de Nova York) em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. Na sessão, o chefe de assuntos políticos da Nações Unidas, Jeffrey Feltman, disse que Israel tem “preocupações legítimas de segurança” e condenou os foguetes lançados pelo Hamas, mas se declarou “alarmado pela intensa resposta” de Israel. Por outro lado, Feltman explicou que o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon viajará no sábado ao Oriente Médio para se reunir com os responsáveis israelenses e palestinos em uma tentativa de frear a escalada violenta entre Israel e Hamas.
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