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Gilmar Rinaldi, novo coordenador de seleções do futebol brasileiro

O técnico foi suplente do ex-goleiro Taffarel na Copa do Mundo de 1994

Gilmar Rinaldi e José Maria Marin durante uma coletiva de imprensa.
Gilmar Rinaldi e José Maria Marin durante uma coletiva de imprensa.T. M. (AFP)

O ex-goleiro e agente de jogadores Gilmar Rinaldi, de 55 anos, é o novo coordenador-geral de seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), como anunciou nesta quinta-feira no Rio de Janeiro o ainda presidente da instituição, José Maria Marin, que no começo da semana aceitou a demissão do treinador Luiz Felipe Scolari e de sua comissão técnica. Gilmar ocupará o cargo do assistente de Scolari, o campeão mundial em 1994 Carlos Alberto Parreira. O coordenador de categorias de base será Alexandre Gallo.

A cúpula da CBF anunciará o nome do novo técnico (cujo primeiro torneio importante será a Copa América 2015, em junho deste ano) no começo da semana que vem. Apesar do debate existente no futebol brasileiro, depois do ‘Mineiraço’, sobre a conveniência de dar impulso à renovação do duramente ferido futebol nacional com a contratação de um preparador estrangeiro, Gilmar descartou essa possibilidade. A imprensa chilena havia informado que a CBF tinha contatado o entorno de Manuel Pellegrini, treinador do Manchester City (que teria rejeitado a proposta), além de haver rumores sobre o nome do técnico argentino, Alejandro Sabella, e o treinador português do Chelsea José Mourinho. “Neste momento, um técnico estrangeiro não se adapta ‘a nossa realidade”, afirmou Gilmar. “Temos que buscar alguém de casa, que conheça nossos defeitos e nossas qualidades […] Tem de estar em sintonia direta conosco”, prosseguiu o coordenador, que reconheceu “não ter muito tempo para pensar” por ter “partidas amistosas em breve”. O vice-presidente da CBF, Marcos Ferreira, tinha indicado dias atrás que o “novo técnico tem que ser alguém que mude a mentalidade e a maneira de atuar dos jogadores. A impossibilidade de que seja um estrangeiro é um paradigma bobo”, disse o dirigente.

O novo coordenador de seleções foi goleiro suplente de Taffarel na seleção que conquistou a Copa de 1994 e trabalhou posteriormente como agente de jogadores durante 14 anos (atividade que abandona completamente agora, esclareceu, apesar de sua trajetória provocar algumas dúvidas por possíveis conflitos de interesse). Entre 1999 e 2001, ocupou um cargo de direção no Flamengo. Em sua primeira apresentação, Gilmar destacou a importância do trabalho coletivo e em várias ocasiões deu como exemplo a seleção alemã, pela priorização dos interesses grupais sobre os individuais. Observou até que nas vésperas da semifinal contra a Alemanha, antes do início da partida, os cartazes mostrados deveriam ter a frase “Força, Bernard’, em lugar de ‘Força, Neymar’, “porque ele era o jogador que iria entrar”.

Enquanto as apostas sobre a substituição de Scolari à frente da seleção mostram dois candidatos principais (Tite e Muricy Ramalho), começa a aumentar a temperatura dos previsíveis ataques à CBF depois do desastre contra a Alemanha. O deputado Romário propôs no Congresso anular as eleições recentes que concederam a presidência da CBF ao candidato único, Marco Polo del Nero, apadrinhado por Marin e hoje presidente da Federação Paulista de Futebol, que sucederá o atual presidente no ano que vem. Romário, campeão mundial em 1994, afirmou que quando uma seleção “com tanta história”, como a ‘Canarinho’, “perde de uma forma tão humilhante” é um “sinal de que graves problemas estão se acumulando”. O senador oposicionista Álvaro Dias apresentou, por sua vez, um projeto de lei para elevar o controle público sobre as contas da CBF, assunto que mobiliza há anos numerosos segmentos do esporte brasileiro, considerando os contínuos indícios de corrupção.

Rogério Ceni, o goleiro recentemente aposentado e membro do movimento Bom Senso F.C. (associação de jogadores que pede há dois anos uma reformulação completa do futebol brasileiro) indicou ontem que “no Campeonato não temos nem a metade do público do Mundial porque não se oferece nada. A CBF é extremamente rica e não tem feito nada”. Ele também se referiu aos candidatos presidenciais, incluindo a presidenta Dilma Rousseff (que se reuniu com a associação há algumas semanas): “Quem sabe, agora em campanha também se mexa um pouco. Na época de eleições, acabam se envolvendo”.

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