O Google censura termos negativos ao Brasil
A ferramenta de buscas eliminou resultados relacionados com a derrota para a Alemanha
As esperanças do Brasil nesta Copa do Mundo se viram enterradas depois da grande derrota diante da Alemanha nas semifinais. “Derrotados”, “humilhados”, “destruídos” foram alguns dos termos mais procurados no Google junto com “Brasil”. Mas quando se entrava no Google Trends, ferramenta de consulta de tendências em tempo real, o buscador não oferecia resultados relacionados a essas palavras, nem para “vergonha”.
O Google criou uma página especial do Trends dedicada ao Mundial, na qual mostrava resultados dos jogos, comentários e curiosidades, além das buscas mais populares antes e depois das partidas. Para atualizar e publicar a página, foi montada especialmente para o evento uma redação na sede da empresa, em San Francisco. A intenção do grupo de profissionais era usar as tendências de buscas dos usuários para, depois de analisadas, transformá-las em conteúdo social voltado para divulgação no Google+, no Facebook ou no Twitter. Um exemplo foi o que ocorreu durante a final, quando a busca pela expressão “quatro estrelas” disparou na Alemanha, enquanto na Argentina cresceram as buscas pelo “Pai Nosso”.
Sam Clohesy, responsável pela experiência, defende a decisão de tirar as palavras negativas associadas ao termo “Brasil”. Não se trata de uma ordem, mas sim de uma decisão que obedece a um sentimento de compaixão: “Não queríamos colocar sal nas feridas. Uma história negativa sobre o Brasil não teria sucesso nas redes sociais necessariamente”. Diferentemente do que ocorre no buscador, onde os sentimentos não são levados em conta, no Trends o resultado real que marcaria a tendência foi retocado.
Luciana Meiking Guimarães trabalha nesse equipe como tradutora de português. Em entrevista à rádio NPR, ela revelou alguns dos dados que surgiram durante o jogo Brasil x Alemanha. Cerca de 18% das pesquisas eram por “Brasil, mostra tua força”, mas sempre antes do quinto gol dos campeões. Os usuários do Google mal usaram a palavra “defesa”. O termo dominante foi “vergonha”.
O Google destacou que seus critérios no produto Trends são distintos dos do buscador tradicional. A resposta, genérica e não atribuível a um porta-voz concreto, pretende ser simpática e informal: “Nossos canais sociais existem para se compartilhar informação interessante e relevante para aqueles que querem nos escutar. Ao contrário do que fazem jovens de 16 anos, não compartilhamos tudo o que aparece na nossa frente. Durante o Mundial criamos mais de 150 páginas especiais em 13 idiomas, com suas bandeiras, estrelas de suas seleções e outras coisas. Se os usuários querem mais, sempre podem usar google.com/trends para saber de que assuntos as pessoas estão falando a cada momento. Nosso objetivo é, antes de tudo, compartilhar o que mais importa em um momento concreto ao maior número possível de internautas. Julgamos que essa é a finalidade desta página e assim evitamos um pênalti”.
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