Israel bombardeia Gaza após encontrar os corpos dos desaparecidos
A Força Aérea ataca “34 alvos terroristas” e mata um palestino em um campo de refugiados na Cisjordânia
A Força Aérea israelense bombardeou, durante a madrugada desta terça-feira, 34 alvos das organizações palestinas Hamas e Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, horas depois de ter encontrado os corpos de três jovens judeus assassinados na Cisjordânia. Na segunda-feira, o primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, reiterou suas acusações contra o Hamas pelo triplo assassinato. Durante a madrugada, o Exército de Israel matou um jovem palestino na cidade de Jenin, onde os soldados israelenses encontraram violenta resistência quando realizaram uma incursão para deter suspeitos. Na noite de segunda-feira, Netanyahu reuniu seu Gabinete de segurança em Jerusalém sem chegar a uma decisão sobre as próximas operações. Israel quer esperar o enterro dos três jovens, que tinham idades entre 16 e 19 anos, antes de anunciar suas próximas medidas militares. Os sepultamentos ocorrem nesta terça-feira em Modi’in, a meio caminho entre Jerusalém e Tel Aviv.
Os acessos a Hebron, fechados durante a tarde da segunda-feira, continuam sendo estritamente vigiados nesta terça-feira. Os corpos estavam sob um amontoado de pedras em um local a cerca de dez minutos de carro desta grande cidade da Cisjordânia. Perto dali, pouco depois do desaparecimento dos jovens, foi encontrado os restos de um carro incendiado que as autoridades relacionam com o sequestro.
Na madrugada desta terça-feira em Hebron, Israel demoliu as casas de Marwan Qawasmeh e Amer Abu Aisha, dois palestinos supostamente membros do Hamas e a quem os israelenses acusam de ter realizado o sequestro e o triplo assassinato. Eles ainda estão sendo procurados.
O Hamas é o responsável e o Hamas pagará Benjamín Netanyahu, primeiro-ministro israelense
A descoberta dos três cadáveres gerou diversas concentrações de pessoas em Tel Aviv e em Jerusalém, onde alguns nacionalistas exaltados clamavam por vingança pelas mortes. Os ânimos estão acirrados em Israel, onde também houve ataques isolados a cidadãos árabes. A líder do partido esquerdista israelense Meretz, Zahava Gal-On, pediu ao primeiro-ministro Netanyahu que “mostre contenção e evite uma escalada violenta” durante esta situação na qual “o sangue está fervendo”.
Após o desaparecimento dos garotos, em 12 de junho, o Exército israelense lançou uma das maiores operações militares dos últimos dez anos na Cisjordânia, com o objetivo de resgatá-los “vivos ou mortos”, assim como enfraquecer o Hamas “o máximo possível”.
Netanyahu disse, na noite de segunda-feira, que “o Hamas é o responsável e o Hamas pagará” pela morte dos adolescentes. Nas últimas horas, foram registrados pelo menos cinco lançamentos de foguetes a partir de Gaza sobre o sul de Israel.
A tensão cresce em Gaza
Apesar de ter ocorrido na Cisjordânia, o aparecimento dos corpos dos jovens israelenses elevou, principalmente, as tensões na Faixa de Gaza. Israel colocou em sua mira o Hamas, que governa a região desde a guerra civil palestina de 2007.
A escalada de bombardeios israelenses e mísseis caseiros palestinos registrada nas últimas duas semanas é o prenúncio de mais um verão violento para a região, cercada por Israel e isolada pelo Egito desde a queda do Governo de Mohamed Mursi, há um ano. Apenas na segunda-feira, Israel contou 20 foguetes disparados a partir de Gaza contra alvos no sul do país. Analistas levantaram a hipótese de se tratar de ações de grupos islâmicos minoritários, mas agora o Exército atribui a culpa apenas ao Hamas. Em Israel, fala-se de um “número recorde” de projéteis desde os oito dias da grande operação Pilar Defensivo de Israel, em novembro de 2012.
Um porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse ontem que “um ataque israelense abrirá as portas do inferno para o país”.
O Hamas lembrou que “nenhuma organização palestina, nem o Hamas nem nenhum outro grupo, reivindicou a ação”. No domingo, Israel foi alertado de que a operação contra o Hamas lançada na Cisjordânia desde o sequestro dos garotos judeus estava a ponto de se estender para Gaza. Antes de os corpos serem encontrados, Netanyahu afirmou que “Israel não vai continuar permitindo que disparem foguetes a partir de Gaza”. O primeiro-ministro ainda avisou: “Ou o Hamas detém (esse tipo de ação) ou nós mesmos o faremos”.
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