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“O desafio do México foi e continua sendo o crescimento econômico”

Luis Videgaray, secretário de Fazenda do México, defende que serão o motor do PIB

Cristina Delgado
Luis Videgaray, secretário de Fazenda e Crédito Público do México, conversa com Luis de Guindos, ministro espanhol de Economia, e Ignacio Sánchez Galán, presidente da Iberdrola.
Luis Videgaray, secretário de Fazenda e Crédito Público do México, conversa com Luis de Guindos, ministro espanhol de Economia, e Ignacio Sánchez Galán, presidente da Iberdrola.ULY MARTIN

As reformas estruturais permitirão que a economia mexicana saia do lento crescimento em que o país se manteve. É o que acredita Luis Videgaray, secretário de Fazenda e Crédito Público do México, que considera que "o desafio do México foi e continua sendo o crescimento econômico". Videgaray, que participou esta manhã da jornada México, reformar para crescer (em espanhol), organizada por EL PAÍS em Madri, defendeu que ao longo de 20 anos este país conseguiu se converter em uma das economias "mais abertas do mundo", com um período muito longo de estabilidade. "Mas, apesar dos avanços, somos uma economia que cresce muito pouco. E a explicação sempre foi a mesma: a ausência de reformas estruturais", defendeu. "O notável destes últimos 18 meses é que o México se atreveu a realizar o processo", assinala.

O Governo diminuiu as perspectivas de crescimento econômico para 2014 a 2,7%, uma cifra, segundo Videgaray, muito parecida à média dos últimos 30 anos, quando o Produto Interno Bruto avançou ao ritmo de 2,4% anual. E está longe do potencial do país, segundo o secretário de Fazenda. Daí, explicou, que o Executivo tenha colocado como um de seus principais objetivos acelerar o avanço da renda.

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Videgaray contou as reformas estruturais que o Governo de Enrique Peña Nieto está realizando desde sua chegada ao poder em dezembro de 2013. "O fim comum de todas as reformas é eliminar barreiras, freios e gargalos que impedem o crescimento econômico", explicou, depois de destacar as mudanças em matéria de educação, competitividade, finanças ou impostos. "O México é um dos países mais desiguais de América Latina e com a reforma fiscal estamos procurando maior progressividade e o combate à informalidade", defendeu. A reforma em matéria de telecomunicações, acrescentou, é básica sobretudo para conseguir o avanço das pequenas e médias empresas. "Busca democratizar a produtividade através do acesso à tecnologia", comentou.

Em relação à reforma energética, o secretário de Fazenda mexicano considerou que este projeto "é o que gera maiores oportunidades e maiores expectativas para acelerar o desenvolvimento do México". Tem planejado a entrada de capital privado em todos os ramos do setor energético, incluindo o petróleo. Nos últimos anos, o investimento na Pemex, explicou Videgaray, passou de 3 bilhões a 20 bilhões de dólares, mas a produção não estava crescendo no mesmo ritmo. Com as mudanças que o Executivo está tramitando, ele acha que conseguirão maior competitividade e uma redução dos custos para as empresas e as famílias. "Foram conseguidas as mudanças que estavam sendo postergadas por muitos anos", considera Videgaray.

Luis de Guindos, ministro de Economia da Espanha, foi o encarregado de apresentar Videgaray no que foi a primeira intervenção da jornada, patrocinada por Acciona, BBVA, Ferrovial, Iberdrola, Indra e Telefónica. Guindos destacou a importância das reformas estruturais realizadas pelo Executivo mexicano, que demonstram, apontou, "valentia". "As reformas estruturais são o caminho necessário", elogiou, "mas nem sempre é fácil", considera o ministro. Os resultados, adverte, serão vistos a médio e longo prazo, enquanto que no curto prazo, os ajustes podem, inclusive, "gerar repúdio".

O ministro espanhol, no entanto, animou Videgaray a seguir em frente com as reformas, e colocou como exemplo os resultados obtidos pelo Governo espanhol com seu programa de reformas que, segundo Guindos, permitiram corrigir uma economia "que estava próxima ao colapso" quando assumiram as rédeas.

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