Milhares de cidadãos espanhóis se manifestam por um referendo
O protesto reúne 20.000 pessoas na Puerta del Sol de Madri, segundo fontes policiais A convocação se difundiu de forma espontânea através das redes sociais
Milhares de cidadãos se manifestam neste momento em dezenas de cidades espanholas a favor da República e para pedir um referendo no qual o povo decida se quer ou não que a monarquia continue após a abdicação do Rei Juan Carlos. O protesto, difundido através das redes sociais, é especialmente numeroso em Madri: na Puerta del Sol, marco zero da cidade, estão concentradas pelo menos 20.000 pessoas, segundo fontes policiais. A concentração estava convocada a partir das oito da noite na capital; em Barcelona, na praça Catalunya na mesma hora; em Bilbau, na praça Arriaga; em Sevilha, na praça Nueva e em Valência na praça da Prefeitura.
Os manifestantes em Madri se reúnem em um ambiente tranquilo, pacífico e com inúmeras bandeiras republicanas, gritando frases como como "Vai embora, Felipe, desista", "Um Borbón sem pensão" ou "Espanha, amanhã, será republicana". O protesto, que não foi comunicado à Delegação do Governo em Madri e é, portanto —segundo indicou esta instituição à agência Europa Press— ilegal, e também se desenvolve em mais de cinquenta cidades espanholas e em algumas cidades europeias como Paris, Bruxelas, Porto ou Berlim. Cinco deputados do partido Esquerda Unida, encabeçados por seu coordenador geral, Cayo Lara, e membros do partido Equo, encabeçados por Juan López de Uralde, compareceram à convocação na capital.
Esquerda Unida, Podemos e Equo igualmente pediram um referendo sobre o modelo de Estado depois do anúncio de Juan Carlos. Os três partidos pediram que a renúncia do monarca sirva para consultar a cidadania sobre a preferência entre uma monarquia e uma república. O coordenador geral da Esquerda Unida manifestou que "a República ainda não chegou, mas já está próxima com a abdicação do Rei" e sustentou que "é o momento de deixar o povo soberano falar, para que os cidadãos decidam se querem, mediante referendo, uma Monarquia ou uma República". O eurodeputado de Esquerda Unida Willy Meyer assegurou que "a democracia do século XXI exige que se convoque um referendo vinculante a todo o povo para decidir se quer república ou monarquia", enquanto, através do Twitter, o partido pediu que "o povo decida".
Equo manifestou que "é o momento de dar voz à cidadania para que esta decida sobre o modelo de Estado", pois a renúncia do Rei "não deve ser saldada com uma simples sucessão senão por uma saída democrática com o início de um processo constituinte no qual se inclua um referendo que permita eleger monarquia ou república".
La bandera republicana en el balcón de IU en el Ayto de Madrid
— Izquierda Unida🔻 (@iunida) June 2, 2014
Todos los balcones con la tricolor #APorLaIIIRepublica pic.twitter.com/MZu9MWAlzT
Esta posição foi canalizada mediante uma proposição apresentada no Congresso pelo deputado do partido Compromís, Joan Baldoví. No texto, propõe que todos os cargos públicos e representativos do Estado espanhol, incluído o Chefe de Estado, sejam designados mediante eleição dos cidadãos, de maneira direta ou através de seus representantes, como estabelece o artigo 23 da Constituição Espanhola.
O líder de Podemos, Pablo Iglesias, se pronunciou nesta mesma linha e afirmou que "a democracia implica que as pessoas possam votar", e se o Governo entende que Felipe de Borbón tem a confiança dos cidadãos, deve convocar um referendo. Iglesias disse que o Partido Socialista Operário Espanhol, o PSOE, "seja valente" e que não respalde a lei orgânica necessária para formalizar a abdicação e permitir que "o povo" se pronuncie.
Com as etiquetas #ElReyAbdica #ReferendumYA #APorLaTercera e #IIIRepublica, os usuários da rede social Twitter estão enviando mensagens de apoio à República e pedem que o povo seja consultado após a abdicação do Rei. A modo de reivindicação, o grupo de Esquerda Unida na Prefeitura de Madri pendurou uma bandeira republicana em sua varanda do edifício, e difundiu a foto pela rede social.
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