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Presas em Havana a líder e 50 ativistas do movimento dissidente Damas de Branco

Mais de 400 ativistas dos direitos humanos foram detidas em Cuba nas últimas duas semanas

Berta Soler, líder das Damas de Branco, em 2010.
Berta Soler, líder das Damas de Branco, em 2010.EFE

A líder do movimento dissidente Damas de Branco, Berta Soler, e outras cinco dezenas de mulheres que integram a organização foram detidas nesta sexta-feira quando tentavam realizar uma atividade em sua sede principal de Havana. É a segunda vez em menos de uma semana que os órgãos de segurança do castrismo prendem Soler e um numeroso grupo de companheiras. Pouco depois das 21h desta sexta-feira (hora local), Soler foi libertada junto a uma dezena de mulheres e informou que ao menos outras 47 continuam presas ou estão “desaparecidas” desde a noite de quinta-feira.

No total, 56 integrantes das Damas de Branco foram presas entre a noite de quinta-feira e a tarde desta sexta (hora local), quando tentavam chegar à sua sede principal, localizada na rua Neptuno, em Havana, para participar do chá literário número 129 convocado pela organização. Horas antes de ser presa, a líder do movimento dissidente, Berta Soler, denunciou que funcionários da polícia política e da polícia nacional revolucionária de Cuba haviam ocupado as ruas ao redor do edifício para evitar a entrada das mulheres, e tinham levado consigo algumas delas.

“A primeira que prenderam foi a María Cristina Labrada e seu marido. Não sabemos onde está María Cristina desde a noite. Até agora temos relatado a prisão ou desaparecimento de 44 damas de branco. Mas, graças a Deus, 23 de nós pudemos chegar aqui e vamos fazer nosso chá literário”, informou Soler por meio de um telefonema divulgado nesta sexta-feira por órgãos da mídia cubana em Miami. Mais tarde, Soler presa com outras 12 mulheres.

Não havia transcorrido nem uma semana desde a última vez que a polícia levou Berta Soler e suas companheiras à detenção. Na segunda-feira, 19 de maio, os órgãos de segurança prenderam Soler, com mais 54 mulheres e 25 homens, quando o grupo se dirigia a uma delegacia policial para registrar uma denúncia por violência doméstica.

E também na véspera do Dia das Mães as Damas de Branco sofreram prisões massivas. Somente nas últimas duas semanas o Governo cubano empreendeu mais de 400 prisões por razões políticas contra dissidentes e defensores de direitos humanos, que logo depois são liberados, em questão de horas ou dias.

O assédio policial e as detenções massivas são comuns quando os grupos dissidentes que operam dentro de Cuba organizam algum evento para reivindicar direitos civis. Geralmente, os primeiros a chegar são os funcionários da polícia política, vestidos à paisana, e a eles se juntam “as brigadas de resposta rápida”: multidões de estudantes e trabalhadores aos quais o Governo ordena que saiam das escolas e empregos para boicotar as atividades “contrarrevolucionárias”, tal qual ocorreu nesta sexta-feira na rua Neptuno de Havana.

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