Os cambistas são o novo alvo da FIFA no Brasil
A entidade alerta que cada vez mais pessoas são vítimas de fraudes envolvendo os bilhetes para a Copa e recorre ao Estatuto do Torcedor brasileiro para pedir sanções aos responsáveis
A atuação de cambistas e de vendedores não autorizados de ingressos para a Copa do Mundo no Brasil já é alvo dos organizadores do torneio, faltando 21 dias para o jogo de abertura. Nesta quinta-feira, a FIFA lançou um alerta contra essas atividades e afirmou estar aumentando os esforços para coibi-las.
“Nas últimas semanas, infelizmente estamos vendo cada vez mais pessoas saindo decepcionadas de nossos centros de venda por não conseguir retirar os ingressos comprados em sites não oficiais”, afirma o diretor de marketing da FIFA, Thierry Weil, no comunicado divulgado pela entidade.
O dirigente reforçou que todos os bilhetes descobertos como fruto de venda ou revenda ilegal são cancelados, e que os seus portadores correm o risco de não serem autorizados a entrar nas partidas da Copa. A única fonte legítima para a compra de ingressos é o site da entidade. “Além da FIFA, são os torcedores os que decidem onde comprar seus ingressos, enquanto as autoridades possuem a capacidade e as ferramentas jurídicas para intervir e punir eficientemente tais atividades”, acrescentou Weil.
Até meados de abril, 2,5 milhões de bilhetes já haviam sido alocados para o evento
Além de dizer contar com a ajuda das autoridades de proteção ao consumidor no âmbito internacional, a entidade afirmou também que vem colaborando com as autoridades brasileiras para ajudá-las no cumprimento do Estatuto do Torcedor e nas sanções àqueles que violarem a lei. O estatuto prevê em seu artigo 41º que é crime vender ou fornecer, desviar ou facilitar a distribuição de ingressos por preço superior ao estampado nos bilhetes. As penas podem chegar a quatro anos de reclusão e multa.
Antes mesmo da impressão dos bilhetes, em abril, já havia empresas oferecendo entradas para a Copa. Atualmente, a FIFA promove a sua quinta e última fase da venda de ingressos, que se estenderá até o dia da final, em 13 de julho. Nela, a comercialização ocorre de acordo com a ordem das solicitações –os que se cadastraram mais cedo levam vantagem. Até meados de abril, 2,5 milhões de bilhetes já haviam sido alocados para o evento, de acordo com dados oficiais.
Os contemplados nas fases anteriores já podem retirar os seus ingressos desde 15 de abril, diretamente nos postos da entidade nas 12 cidades-sedes. Também é possível optar por recebê-las via correio, mas com uma taxa de serviço incluída.
No começo deste mês, uma reportagem da emissora de TV brasileira Globo mostrou que o comércio ilegal de ingressos para o Mundial passava até por um sargento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
O oficial chegava a negociar entradas por até 9.000 reais (4.000 dólares), dentro do próprio quartel da corporação. O sargento, que dizia conseguir as entradas de fora do país, sugerindo a existência de um esquema no exterior, foi afastado de suas funções após a veiculação da reportagem.
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