O mundo inteiro lamenta a sua morte
Líderes de todo o planeta enviam condolências pelo falecimento de García Márquez, ocorrida na quinta-feira no México
Líderes de toda a América lamentaram a morte do criador de Cem anos de solidão, uma obra que vendeu mais de 50 milhões de cópias em todo mundo e que Carlos Fuentes qualificou como o “Dom Quixote americano”. O nome de Gabriel García Márquez, falecido nesta quinta-feira na Cidade do México, repetiu-se em vários cantos do continente que tantas histórias desfrutou contar.
O presidente dos EUA, Barack Obama, divulgou um comunicado no qual lembrou que conheceu o Prêmio Nobel colombiano em uma visita ao México e que, durante seu encontro, o escritor o presenteou com uma cópia de Cem anos de solidão. “O mundo perdeu um dos maiores escritores, um de meus favoritos desde que eu era jovem”, afirmou.
Bill Clinton, outro leitor de García Márquez desde sua juventude, lembrou que desde que leu a obra-prima do colombiano “há 40 anos” ficou “surpreendido”: “Capturou a dor e a alegria do comum de nossa humanidade em meios reais e mágicos”, assegurou.
Por sua vez, a mandatária brasileira, Dilma Rousseff, destacou as “personagens singulares” que nasceram da imaginação do colombiano. “Sua América Latina exuberante permanecerá marcada no coração e a memória de seus milhões de leitores”. Seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, definiu ao autor de Crônica de uma morte anunciada como um “extraordinário escritor, um exímio jornalista, um grande militante das causas democráticas populares e um símbolo para todos nós da América Latina e do mundo”.
“A cultura latino-americana está de luto”, declarou o diário oficial cubano Granma. García Márquez e Fidel Castro mantiveram uma próxima relação ao longo dos anos. O venezuelano Nicolás Maduro definiu o colombiano como um “amigo sincero e leal dos líderes revolucionários que levantaram a dignidade da América de Bolívar e Martí”. Seu homólogo equatoriano, Rafael Correa, assegurou: “Teremos anos de solidão, mas ficam suas obras e amor pela Pátria Grande. Até a vitória sempre!”.
O escritor uruguaio Eduardo Galeano lembrou a seu amigo Gabriel García Márquez, falecido aos 87 anos no México, e disse à televisão argentina que "há dores que se dizem calando" e que "o que mais dói está nas belas palavras que a morte nos ganhou de mão e nos roubou". "Há dores que se dizem calando. Dizem-se calando, mas doem igual. Como nos dói a morte do Gabo García Márquez", expressou Galeano desde Rio de Janeiro, em entrevista telefônica para o canal El Treze. "O que mais dói está nas belas palavras que a morte nos ganhou de mão e nos roubou. Eu acho que elas, as palavras roubadas, se escapam à menor distração, fogem das páginas dos livros de Gabo e se nos sentam ao lado em algum café de Cartagena ou Buenos Aires ou Montevidéu. Ou aqui, no Rio de Janeiro", afirmou o escritor uruguaio. O autor do conhecido ensaio As veias abertas da América Latina pediu para beber "mais de uma taça à saúde do Gabo para rirmos juntos, porque vivo seguirá enquanto suas palavras vivam e riam e digam"
O peruano Ollanta Humala lamentou “a partida deste sonhador” e desejou seu descanso “lá em Macondo”. A costarriquenha Laura Chinchilla qualificou o falecimento do autor nascido em Aracataca como “devastador como História de um sequestro ou Crônica de uma morte anunciada”. O uruguaio Jose Mujica afirmou que, com a morte de García Márquez, a América Latina “perde um colega de utopias”.
O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou que com a morte de Gabriel García Márquez o mundo perdeu um "intelectual e escritor paradigmático" e os cubanos "um grande amigo", em uma mensagem de condolências divulgado hoje na ilha. Vários jornais oficiais reproduziram nesta sexta-feira a breve mensagem enviada pelo general Castro a Mercedes Barcha, a esposa de García Márquez, na que é a primeira reação oficial do Governo cubano depois do falecimento do escritor colombiano. "Querida Mercedes: O mundo, e designadamente os povos de Nossa América, perdemos fisicamente um intelectual e escritor paradigmático", indicou Castro. "Os cubanos, um grande amigo, solidário. A obra de homens como ele é imortal", acrescentou o mandatário.
François Hollande, presidente da França, disse: "Gênio do realismo mágico, recriou em suas novelas barrocas e poéticas uma América Latina sonhada e deu à literatura hispânica uma de suas maiores obras primas, Cem anos de solidão".
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso, explicou: "recebi com grande tristeza a notícia do falecimento de Gabriel García Márquez. Foi uma voz da América Latina que se transformou em uma voz de nosso mundo".
José Miguel Insulza, secretário geral da Organização de Estados Americanos: "A luta política que marcou a região durante tantas décadas também não esteve ausente de sua narrativa, e isso o fez maior ainda, porque defendeu as causas mais justas, se identificou com nossos anseios democráticos e se mostrou como um homem sem medos ante o poder".
O governo chinês também lamentou sua morte: "Enviamos nossas condolências a todos os membros de sua família".
Shimon Peres, presidente de Israel: "O mundo se tornou um local mais pobre desde a morte deste grande sonhador que narrou belas histórias a nossos filhos e nos descobriu, aos maiores, a verdadeira realidade do mundo".
O presidente de El Salvador, Mauricio Funes, disse que a morte do escritor deixa "um grande vazio", mas que seu realismo mágico ficará "como presente à humanidade". Funes lamentou, em um comunicado da Casa Presidencial, o falecimento de García Márquez. O autor de "Cem anos de solidão" foi "uma figura enorme da literatura, que deixou um grande vazio no mundo das letras", ressaltou. "O mundo e as letras hoje estão de luto. Deixou-nos fisicamente nosso querido Gabo, mas seu realismo mágico ficará para sempre como presente à humanidade", acrescentou o mandatário salvadorenho, segundo a nota oficial.
Mariano Rajoy, presidente do Governo da Espanha: "É o autor imprescindível e mais universal da literatura em espanhol da segunda metade do século XX", cuja contribuição foi decisiva para situar a América Latina na vanguarda internacional das letras.
Alfredo Pérez Rubalcaba, secretário geral do PSOE: "morreu Gabo. Meu escritor favorito e o de milhões de leitores".
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