Kiev tenta recuperar o controle no leste do país
Forças ucranianas desalojam a sede governamental ocupada ontem em Jarkov Moscou adverte sobre o perigo de uma guerra civil caso Kiev realize ações militares no leste
Ucrânia lançou o que denomina uma “operação antiterrorista” para desalojar o edifício do Governo regional tomado nesta segunda-feira por ativistas pró-Rússia em Jarkov, a segunda maior cidade do país. Cerca de 70 “separatistas” foram presos durante o desalojo da sede oficial, segundo informou o ministro ucraniano do Interior, Arsen Avakov. Essa foi a reação do Governo de Kiev ao desafio lançado ontem na faixa do leste da Ucrânia quando, em ações coordenadas, ativistas pró-russos ocuparam várias sedes governamentais em Donetsk –onde proclamaram a independência da região-, Lugansk e Jarkov. Enquanto isso, o Governo russo fez uma dura advertência a Kiev contra qualquer ação militar nas regiões pró-russas, o que poderia “desencadear uma guerra civil”.
Em seu perfil de Facebook, o ministro ucraniano do Interior, deixou escrito que “foi lançada uma operação antiterrorista. O centro da cidade [de Jarkov] está bloqueado, próximo às estações de metrô. Não se preocupem. Quando acabemos, voltaremos a abri-las”. Quanto aos detentos, disse, segundo a agência Interfax, que foram acusados de “atividades ilegais relacionadas com o separatismo, a organização de confrontos e danos às pessoas”.
Moscou não gostou de ter que recuperar as sedes, e chamou as autoridades ucranianas a cessar todos os preparativos de intervenção nas regiões pró-russas. “Pedimos que cessem imediatamente todos os preparativos militares, pelo risco de desencadear uma guerra civil”, declarou o Ministério de Relações Exteriores em um comunicado emitido esta manhã. Na nota, o titular da cadeira, Serguei Lavrov, sustenta que, segundo suas informações, "unidades de forças de Interior e da guarda nacional ucraniana estão chegado às regiões do sudeste do país, principalmente a Donestsk, junto a combatentes do grupo armado ilegal Pravy Sektor", um movimento ultranacionalista ucraniano. "Eles têm a missão de destruir à força o protesto dos habitantes do sudeste do país contra a política das autoridades de Kiev", diz a nota, que termina afirmando que "participam da operação ao redor de 150 especialistas norte-americanos do grupo militar privado Greystone" o que "suscita uma inquietude particular".
O ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse nesta terça-feira que a Rússia estaria disposta a considerar as conversas sobre a Ucrânia como propunham os EUA e a União Europeia. Disse, no entanto, que as regiões que falam russo, ao sudeste do país, deviam estar representadas. "Estamos dispostos a considerar um formato no qual estejam representados os europeus, os Estados Unidos, a Rússia e a parte ucraniana", disse Lavrov. "Esperamos que o sul e o leste da Ucrânia estejam representados", acrescentou.
A tensão no leste da Ucrânia, de forte presença russa, foi crescendo desde que uma revolta de rua tirasse da presidência Viktor Yanukovich, um pró-russo, em fevereiro. Desde então, a Rússia precipitou a secessão da península da Crimeia da Ucrânia e sua posterior incorporação à Federação russa. Moscou diz atuar em defesa dos cidadãos que falam russo. Assim o fez na Crimeia, enviando soldados com uniformes sem identificação e assim poderia fazer no leste ucranio, onde o presidente interino da Ucrânia, Alexandr Turchinov, anunciou que começaria a tomar medidas antiterroristas contra os pró-russos que ocuparam as sedes oficiais. Turchinov acusou Moscou de estar por trás dos ataques aos edifícios governamentais.
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