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O prêmio Ortega y Gasset rende tributo ao jornalismo de denúncia social

O 'El Universal' do México, o fotógrafo Pedro Armestre, Alan Rusbridger e o trabalho do EL PAÍS sobre os despejos conquistam os prêmios

Pedro Armestre

O júri dos Prêmios Ortega y Gasset de Jornalismo, reunido nesta quarta-feira na sede do EL PAÍS, homenageou o jornalismo de denúncia social nos dois lados do Atlântico. Na modalidade jornalismo impresso, o tributo ficou com a série de reportagens sobre o narcotráfico no corredor centro-americano publicada no suplemento dominical do diário mexicano El Universal por Pablo Ferri Tórtola, Alejandra Sánchez Inzunza e José Luis Pardo. O prêmio de melhor trabalho de jornalismo digital recaiu sobre o especial Na rua. Uma história de despejos, publicado no EL PAÍS e elaborado por Álvaro de Cózar, Mónica Ceberio, Cristina Pop, Luis Almodóvar, Álvaro de la Rúa, Paula Casado, Fernando Hernández,  Ana Fernández, Rubén Gil, José María Ocaña, Gorka Lejarcegi, Gema García e Mariano Zafra. Pedro Armestre obteve o prêmio de melhor fotografia por uma imagem tirada durante a festa de San Fermín de 2013 em Pamplona, enquanto a homenagem à melhor trajetória  profissional ficou com Alan Rusbridger, diretor do diário britânico The Guardian.

Nesta edição, o júri dos Prêmios Ortega y Gasset de Jornalismo 2014 foi presidido pelo produtor cinematográfico Enrique González Macho e integrado por Manuel Borja-Villel, María Casado, Arturo Pérez-Reverte, Marisa Flórez, Jesús Ceberio, Joaquín Estefanía e Javier Moreno.

No caso do melhor trabalho impresso, os avaliadores valorizaram a série de reportagens Narcotráfico no corredor centro-americano, publicados no suplemento Domingo do El Universal do México como  um “documento excepcional". "Trata-se de um percurso e de um trabalho que narra a relação de cada país da região com o narcotráfico, detalhando e aprofundando, em cada caso, as consequências locais do problema. É uma série de reportagens de grande valor”.

Quanto ao trabalho sobre os despejos na Espanha foi observado “o uso de todos os meios que o jornalismo digital põe ao alcance dos jornalistas, bem como a quantidade de depoimentos de todas as partes envolvidas e a qualidade das imagens e do design. É um tema de grande impacto na sociedade espanhola”. O júri destacou, além disso, “o sentimento e o dramatismo que transmitem os protagonistas das histórias”. Javier Moreno absteve-se na votação, ao considerar que não devia valorizar um trabalho feito pelo diário que dirige. Assim mesmo, Jesús Ceberio se ausentou voluntariamente durante a deliberação e a posterior votação.

A fotografia ganhadora na categoria jornalismo gráfico, assinada por Pedro Armestre, capta um momento de uma das corridas de touros de San Fermín, no norte da Espanha. Foi qualificada pelo júri como uma instantânea “de grande qualidade, de muita beleza, vívida, que transmite com emoção tudo o que está ocorrendo e, além disso, reflete de uma forma inédita a festa”.

O prêmio Ortega y Gasset à trajetória profissional foi para Alan Rusbridger (Rodésia do Norte, 1953), diretor do Guardian. Os membros do júri valorizaram seu trabalho à frente do diário britânico, o qual converteu em um dos líderes mundiais na Internet, destacando “sua luta pela defesa do jornalismo e da informação aos cidadãos, exemplificada na publicação da exclusiva dos vazamentos de Edward Snowden, uma informação que mudará a forma de se relacionar entre os Governos e os cidadãos e cuja difusão supôs, tanto para o Guardian como para Rusbridger, problemas legais, profissionais e inclusive pessoais".

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