9 fotosOs garotos mendigos de PotosíPotosí é o lugar mais pobre de um país pobre Bolívia. O fotógrafo José Antonio Ballesteros o retrata através das crianças 28 mar. 2014 - 14:00BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópia"O Departamento de Potosí é o mais pobre de Bolívia, que por sua vez é o país com mais miséria da América do Sul. Encontra-se ao sul e é uma zona muito difícil de habitar devido à altitude e ao seu tempo inclemente. Suas espetaculares paisagens, as mais belas que jamais vi, contrastam com a pobreza de seus habitantes. Sua vestimenta é muito típica e é muito fácil de identificar. Na foto, uma mãe de Potosí tece pulseiras. Embora estivesse com suas crianças na rua, vendia seu artesanato e não me deixou retratar de perto a suas filhas. Disse-me que podia fazer uma foto dela em troca de alguma peça".JOSÉ ANTONIO BALLESTEROS MARTÍN"Os distritos limítrofes, como o de Cochabamba, acolhe muitas das pessoas que emigram da região de Potosí, ali também um bom número delas se dedica à indigência. Para muitos menores mendigar é uma prática comum. Quando vi a esta criança me impactou muito seu olhar, que, imensamente triste, te atravessava como um ferrão".JOSÉ ANTONIO BALLESTEROS MARTÍN"É normal ver a mulheres com estas crianças na rua, sentados no chão e vivendo da caridade da gente. É comum ver a bebês envolvidos em cobertores ao lado de crianças maiores; não me atrevo a chama-los de irmãos porque em ocasiões não o são. Esta criança, que dançava nas ruas com um rádio, era a segunda de quatro irmãs. Diante da câmera não demorou em se pôr a dançar de novo".JOSÉ ANTONIO BALLESTEROS MARTÍN"É frequente ver a menores pedindo nos semáforos, tocando instrumentos ou dançando até a exaustão. E nisto reside à tristeza do assunto, em que tudo isto acaba resultando normal, é comum ver a crianças que deveriam estar brincando, mendigando umas moedas, obrigados, muitas vezes, por pessoas adultas que nunca conheceram outra forma de vida. Assim de triste é a necessidade. Dei-lhe umas moedas a este garoto que estava com os olhos vermelhos e o olhar perdido, apoiado em uma parede. Já não tocava o violão, simplesmente estava ali, de pé. Como esperando algo que nunca chega. O vi em várias ocasiões, em dias diferentes sempre pela mesma zona".JOSÉ ANTONIO BALLESTEROS MARTÍN"Em todas estas crianças há uma seriedade que não corresponde com sua idade, mas por dentro são o que são e querem o que querem: crianças que querem brincar. Com as mulheres que eu parava para falar e a pedir permissão para fotografá-los não tive muito trato, eram de poucas palavras, reservadas. Esta menina estava sentada com sua mamãe e suas irmãs na rua. Eu disse à sua mãe que me parecia preciosa. Ela também não disse nada".JOSÉ ANTONIO BALLESTEROS MARTÍN"Parei para brincar com estes garotos. Este sempre estava trasteando com o carrinho de sua irmã pequena. Um menino muito risonho e brincalhão. O vi pedindo dinheiro aos motoristas nas faixas de pedestre, pedia o que fosse a quem passasse pela rua, conseguiu um refresco de uns jovens que saíam do Burger King".JOSÉ ANTONIO BALLESTEROS MARTÍN"Ela tinha dificuldade para falar bem o castelhano, não me entendia muito bem. Ao princípio era muito envergonhada, quando lhe disse que posasse como uma modelo da televisão para mim começou a rir sem parar".JOSÉ ANTONIO BALLESTEROS MARTÍN"Esta criança sim ia à escola. Ela me disse que tinha aula pelas manhãs e que pelas tardes ficava na rua com sua mãe".JOSÉ ANTONIO BALLESTEROS MARTÍN"Após brincar durante um momento, quando pegaram confiança, alguns se deitaram para descansar na grama. Seus olhares mudaram, eram como as de qualquer criança com uma infância sem necessidades, nem penúrias... Com muitos planos e sonhos. Tinham esquecido. Afinal de contas... esse deveria ser seu único mundo, o da infância".JOSÉ ANTONIO BALLESTEROS MARTÍN