_
_
_
_

As autoridades turcas bloqueiam o acesso ao YouTube

A decisão chega depois que se publicasse o vídeo de uma reunião de segurança do Governo turco. O acesso ao Twitter é impossível há uma semana no país

Um usuário mostra o logotipo do YouTube em seu computador, nesta sexta-feira em Istambul.
Um usuário mostra o logotipo do YouTube em seu computador, nesta sexta-feira em Istambul.AFP

As autoridades turcas bloquearam nesta quinta-feira o acesso ao portal de vídeos YouTube, depois que gravações de uma importante reunião de segurança vazassem, segundo o jornal turco Hurriyet. A decisão foi adotada pela Autoridade de Telecomunicações (TIB), como "medida administrativa de precaução", sem ordem judicial. Segundo o jornal, a TIB usou pela primeira vez seus novos poderes em virtude da nova lei sobre Internet, aprovada no mês passado e muito criticada a nível internacional.

O ministro do Exterior, Ahmet Davutoglu, declarou à emissora pública TRT que o Governo investigará o vazamento como um caso de espionagem e traição: "Realizar escutas aos altos cargos é uma declaração de guerra aberta com o Estado turco". Outras fontes governamentais explicaram que o Executivo poderia bloquear o acesso a outras redes sociais se os usuários publicam gravações ou documentos que ameacem a segurança nacional.

Na quinta-feira o primeiro ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, deu a entender que a proibição do Twitter, em vigor desde a sexta-feira passada, poderia ser estendida ao YouTube. A agência Reuters informa que uma conta anônima do YouTube publicou nesta quinta as supostas gravações de áudio de um encontro no qual o chefe dos serviços de inteligência, Hakan Fidan, o ministro do Exterior, Ahmet Davutoglu, e o 'número dois' das Forças Armadas, Yasar Guler, e outros altos cargos discutem sobre possíveis operações militares na Síria.

Na reunião se debatia uma possível operação para garantir a segurança do túmulo de Suleimán Shah, avô do fundador do Império Otomano, em uma zona ao norte da Síria, controlada em boa parte por milicianos islamistas.

Ancara, a capital da Turquia, considera a tumba como um território soberano turco, depois de um acordo assinado com a França em 1921, quando a Síria estava sob o mandato de Paris. Cerca de vinte soldados das forças especiais turcas custodiam o túmulo de forma permanente.

A Turquia ameaçou há duas semanas revidar qualquer ataque contra o túmulo, depois de que ocorressem confrontos entre milicianos do Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS) e grupos rebeldes rivais na zona, ao leste de Alepo e próximo da fronteira turca. "Uma operação contra o ISIS tem legitimidade internacional. Definiremos como o Al Qaeda. Não há dúvidas de que está no marco do Al Qaeda. A proteção do túmulo de Suleiman Shah equivale à proteção de solo nacional", afirma na gravação uma fonte apresentada como o subsecretário do Ministério do Exterior, Feridun Sinirlioglu.

Quando a discussão passa à necessidade de justificar tal operação, a voz que teoricamente corresponde à de Fidan, afirma: "A justificativa pode ser criada. O assunto é criar a vontade".

O Ministério do Exterior, em um comunicado esta tarde, sustentou que a gravação vazada supõe "um ataque mesquinho" contra a segurança nacional e os que estão por trás receberão o castigo mais severo. Em seu comunicado, o Ministério afirma que algumas partes da gravação foram manipuladas.

Enquanto isso, o vice-primeiro ministro turco, Bulent Arinc, incitou a Autoridade de Telecomunicações da Turquia (TIB) a respeitar a decisão do tribunal de Ancara, que suspendeu temporariamente a ordem do Governo de bloquear, na semana passada, a rede social Twitter.

"Somos guiados por decisões judiciais, é o que a Constituição ordena. Talvez não gostemos, mas somos regidos por ela. Se esta decisão é legítima, o que a TIB tem que fazer depois disso é evidente", afirmou Arinc.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_