A justiça suspende o bloqueio do Twitter na Turquia
Depois de uma denúncia da União da Escola de Advogados, o tribunal decidiu pela suspensão por "ferir os fundamentos do Estado de direito"
Um tribunal administrativo de Ancara, a capital da Turquia, suspendeu o bloqueio da rede social Twitter na Turquia, informou a corrente NTV, embora, por ora, as autoridades de telecomunicação ainda não tenham colocado em prática o bloqueio.
Depois de uma denúncia da União da Escola de Advogados da Turquia, o tribunal decidiu suspender o bloqueio por "ferir os fundamentos do Estado de direito".
Mas, por enquanto, o acesso ao Twitter, bloqueado há seis dias, seguia vigente às 12h20 hora local e a única forma de acessar é usando ferramentas de navegação anônima.
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assinalou em uma entrevista ontem à noite no canal NTV que não só manterá o bloqueio ao Twitter, como também poderia fechar o canal de vídeos Youtube.
"Se vocês não corrigirem sua atitude, fecharemos as páginas. E se vierem a respeitar as normas, suspenderemos a proibição. O que é o Twitter? É uma empresa. E de fato, por trás está o Youtube. Trabalham com os advogados de Youtube", disse Erdogan.
O presidente especificou que a Turquia pedia ao Twitter que eliminasse "700 posts", mas que a companhia só tinha se mostrado disposta a retirar "uma ou duas".
Segundo uma investigação publicada pelo diário Hürriyet Daily News, praticamente todas as denúncias turcas por conteúdo do Twitter foram feitas a partir de dezembro do ano passado, o que sugere que se trata de impedir a difusão do escândalo de corrupção que se tornou público no 17 daquele mês.
No último trimestre, e em um ambiente de campanha eleitoral tensa para as eleições deste domingo, o Twitter foi um dos meios preferidos para distribuir links para gravações de voz que supostamente são de conversas telefônicas de Erdogan com seu círculo próximo.
O último, difundido na madrugada de hoje pelo Youtube, reproduz uma suposta conversa na qual se deduz que foi o próprio Erdogan quem coordenou em 2010 o vazamento anônimo de uma fita de vídeo que evidenciava uma relação extraconjugal do então líder da oposição Deniz Baykal.
Tanto Baykal, que se demitiu ao ficar sabendo do vídeo, como seu sucessor, Kemal Kiliçdaroglu, pediram hoje "explicações imediatas" ao primeiro-ministro.
"Nunca se viu tanta imoralidade. De fato, nunca se encontrou os culpados [do vazamento]; ele é o responsável. Uma pessoa que fez algo assim não pode seguir ocupando a cadeira do primeiro-ministro", disse Kiliçdaroglu, em umas declarações publicadas pelo diário Hürriyet.
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