Diana, acusada de vazar ao ‘News of The World’ a agenda de Buckingham
Um repórter da extinta publicação, especialista na casa real, assegurou ante o juiz que a princesa entregou para ele a listagem em 1992
Clive Goodman, ex-repórter real do News of The World, assegurou nesta quinta-feira, no julgamento sobre o caso das escutas telefônicas ilegais do tabloide de Rupert Murdoch, publicação já extinta, que foi a princesa Diana que fez chegar até ele em 1992 a agenda telefônica do palácio de Buckingham. Goodman, que no passado se tornou um dos bodes expiatórios das escutas ilegais e enfrenta agora novas acusações, assegurou que não pagou nem por essa nem por outras duas agendas reais que se encontraram em seu poder em um registro policial de sua residência.
O ex-repórter real declarou ao júri que Diana telefonou nesse dia mais tarde para confirmar se havia chegado até ele o documento, chamado de “Livro verde” no jargão do palácio. A princesa e Charles anunciaram nesse ano sua separação e se divorciariam em 1996, um ano antes de que ela morresse em um acidente de carro em Paris. “Diana estava passando por um momento muito, muito ruim. Disse-me que o que queria, ao fazer com que chegasse até ela essa agenda, é que me desse conta da escala do pessoal a serviço de seu marido e da casa real, em comparação com o que ela tinha”, explicou Goodman. “Tinha a sensação de que as pessoas ao seu redor na casa real estavam pintando uma imagem negativa dela. Estava buscando aliados que se atrevessem a se meter com ele, demonstrar que tinha forças que podiam ficar contra ele”, acrescentou o ex-repórter do News of The World, que em 2007 passou quatro meses na prisão pelo primeiro escândalo das escutas ilegais do tabloide. Agora está sendo processado de novo, por dois crimes de prevaricação.
Goodman assegurou que não pagou por essa agenda nem por outras duas que se encontraram em seu poder e assegurou que as tinha obtido através de um alto funcionário do palácio, Kenneth Stronach, que as entregou em 1995, quando deixou de trabalhar para o príncipe Charles. Também explicou que nunca pagou a ninguém para conseguir informação e que nunca obteve notícias através da polícia.
Embora tenha assegurado que grande parte da informação da agenda que fez chegar até Diana era de domínio público, explicou que era uma ferramenta muito útil por sua clareza e que em várias ocasiões lhe foi de grande valia. Por exemplo, permitiu que localizasse um alto funcionário do palácio na madrugada do acidente de Diana, uma noite na qual “o serviço de imprensa não servia para nada”.
Dias depois, quando o país questionava a ausência da bandeira em Buckingham porque a rainha Elizabeth estava fora, os porta-vozes do palácio explicaram que tinha se tratado de um erro. Mas cedo correu o rumor de que havia sido içada por sua própria conta por um bombeiro do palácio, indignado pelo que considerava uma falta de respeito para com a princesa. A agenda permitiu que localizasse o bombeiro, que confirmou a história off the record. Também serviu para confirmar que um homem tentava entrar disfarçado de Osama bin Laden na festa dos 21 anos do príncipe Harry.
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