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Chile respira aliviado

O presidente Sebastián Piñera e a mandatária eleita, Michelle Bachelet, informam que a sentença será cumprida "de forma gradual"

O presidente do Chile, Sebastián Piñera.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera.MARIO RUIZ (EFE)

O Chile se preparava há meses para uma decisão adversa e, apesar de dever transferir direitos econômicos em cerca de 22.000 quilômetros quadrados do Pacífico, nesta segunda-feira as autoridades de todos os espectros políticos puderam respirar aliviados. O presidente Sebastián Piñera explicou os alcances da sentença, a partir de um dos pátios do Palácio de La Moneda, onde destacou os aspectos favoráveis à posição chilena e criticou os pontos que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) concedeu ao Peru.

“O Chile deve ceder direitos econômicos em uma zona de entre 20.000 a 22.000 quilômetros quadrados. Ainda que o Chile mantenha em plenitude suas liberdades de navegação marítima e aérea, esta cessão constitui uma lamentável perda para nosso país”, expressou o mandatário chileno. Piñera, no entanto, informou que os juízes confirmaram substancialmente os argumentos de Santiago “reconhecendo a existência de um acordo de limite marítimo que passa pela Meta 1”. “Este ponto reviu uma particular importância porque ratifica o domínio do Chile sobre o triângulo terrestre respectivo”.

O chefe de Estado disse estar “profundamente alegre” porque a sentença reconhece e acautela em sua total integridade as 12 milhas de mar territorial e soberano do Chile, sobre o que seu país mantém plenos e absolutos direitos. O objetivo de Piñera era entregar uma mensagem de alívio aos pescadores da zona norte, um dos grupos que manifestava maior preocupação pelos alcances da sentença: “A sentença confirma que o Chile conserva a quase totalidade de seus direitos de pesca e resguarda integralmente a conectividade e projeção marítima de Arica, como também a posição geográfica e estratégica dessa cidade”.

O presidente chileno concedeu uma entrevista coletiva depois de falar por telefone com a mandatária eleita, Michelle Bachelet, com quem tem mantido comunicação constante a propósito da demanda marítima do Peru. A socialista também se referiu aos alcances da sentença da Corte e, assim como Piñera, abordou os prazos de aplicação: “Trabalharei para que a sentença seja implementada de maneira gradual e concertada entre ambos os países”, assinalou Bachelet, que governará o país a partir de 11 de março próximo.

A classe política chilena atuou como um bloco e o problema limítrofe com o Peru foi tratado como um tema de Estado. Piñera e Bachelet destacaram que seu país respeitará e aplicará a sentença e que esperam que com esse capítulo se feche uma etapa conflitiva com seus vizinhos do norte. “Trabalharemos para que a paz e a cooperação marque a relação entre o Chile e o Peru”, disse a mandatária eleita, antes de se dirigir ao Palácio de La Moeda e participar de um encontro privado com o atual chefe de Estado.

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