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Ativista do Greenpeace chega ao Brasil depois de passar 100 dias presa na Rússia

A gaúcha Ana Paula Maciel foi detida com mais 29 pessoas após protesto contra a exploração de petróleo no Ártico

Marina Rossi
Ana Paula Maciel na chegada ao Brasil. / REUTERS /Edison Vara
Ana Paula Maciel na chegada ao Brasil. / REUTERS /Edison Vara

Depois de ficar presa na Rússia por mais de dois meses, a ativista brasileira Ana Paula Maciel, de 31 anos, desembarcou na manhã deste sábado no Brasil. A bióloga e militante do Greenpeace havia sido presa no dia 19 de setembro, com outras 29 pessoas, durante um protesto contra a empresa estatal russa de exploração de petróleo, a Gazprom.

Em uma entrevista coletiva concedida logo na chegada ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital gaúcha, Maciel disse que não vai parar de militar pela causa. "Vou continuar seguindo o que eu sempre fiz", disse. "Esses dois meses na prisão valeram a pena. A Rússia teve que admitir que nós não somos piratas. Vou continuar trabalhando e navegando".

Os ativistas tentavam escalar uma plataforma petroleira da Gazprom para protestar contra a exploração no Ártico, quando foram surpreendidos pela polícia russa, que prendeu toda a tripulação do navio Arctic Sunrise. Os presos foram levados ao centro de detenção de Murmansk, no noroeste da Rússia. A cidade é conhecida como "a capital do polo norte", onde a temperatura média oscila entre -2,7º C e 3,7º C.

O grupo permaneceu detido durante mais de dois meses, primeiro sob a acusação de pirataria e, em seguida, sob a acusação de vandalismo. Nesse período, diversos líderes de governo, incluindo a presidenta Dilma Rousseff, apelaram ao presidente Vladmir Putin, pela libertação dos militantes, porém sem sucesso. Dos 30 detidos, incluindo Maciel, 26 eram estrangeiros, de 18 países diferentes, sendo 28 deles ativistas e 2 jornalistas, por isso, o grupo vinha sendo chamado pelo Greenpeace como os "30 do Ártico".

Em novembro, eles receberam o direito de responder ao processo em liberdade mediante pagamento de fiança. Desde então, estavam livres na cidade de São Petersburgo, mas sem poder deixar o país. Porém, no último dia 18, o parlamento russo finalmente aprovou um decreto concedendo a anistia aos presos.

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