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China confirma um incidente naval com os EUA

Dois navios estiveram a ponto de chocar em águas internacionais no confronto mais grave desde 2009

O porta-aviões chinês 'Liaoning', ancorado no porto de Dalian, em setembro.
O porta-aviões chinês 'Liaoning', ancorado no porto de Dalian, em setembro.J. LEE (EFE)

Os mares ao leste e sul da China são um dos locais com maior potencial de conflito do mundo. E esta constatação foi novamente confirmada nos últimos dias. O Governo da China confirmou nesta quarta-feira um incidente entre um barco de guerra chinês e outro norte-americano, que estiveram a ponto de colidir em águas internacionais no mar da China Oriental no começo do mês. O navio, dotado de mísseis USS Cowpens e um navio chinês que fazia parte da escolta do porta-aviões Liaoning tiveram que manobrar no último instante para evitar uma colisão. Foi o incidente marítimo mais grave entre os dois países desde 2009.

O Ministério da Defesa chinês assegura que seu barco realizava “patrulhas normais” quando os dois navios “se encontraram”. “Durante o encontro, o barco chinês manobrou de forma adequada, de acordo com um estrito protocolo”, assinala em um comunicado, informa Reuters. “Os dois departamentos de Defesa foram informados sobre a situação através dos canais habituais e realizaram uma comunicação efetiva”. Os Estados Unidos afirmaram na semana passada que o USS Cowpens foi obrigado a realizar uma manobra de fuga para evitar o choque, em 5 de dezembro.

Liaoning, o único porta-aviões da China e que ainda não tem todo seu armamento, está sendo utilizado como barco de treinamento. No dia do incidente estava escoltado por outros navios, incluídos dois destruidores e duas fragatas. Era sua primeira exibição no mar do sul da China, uma área rica em gás e petróleo onde Pequim reivindica uma grande zona, em contra de outros países como Filipinas y Vietnã, que também têm exigências territoriais.

A imprensa chinesa criticou Washington na segunda-feira e disse que o barco norte-americano estava perturbando a frota chinesa. O jornal Tempos Globais afirmou que o barco se aproximou demasiado. “O USS Cowpens estava seguindo e se aproximando à formação do Liaoning”, disse. "Empreendeu ações ofensivas contra a formação do Liaoning no dia do confronto”.

O ministério chinês, no entanto, tentou acalmar os ânimos. Tirou o drama do incidente e disse que há “boas oportunidades” para desenvolver os relacionamentos militares entre os dois países. “Ambas partes desejam reforçar a comunicação, manter uma coordenação próxima e se esforçar para conservar a paz e a estabilidade regionais”.

Pequim se opõe às operações de vigilância militares norte-americanas dentro de sua exclusiva zona econômica, enquanto Washington insiste que os Estados Unidos e outros países têm direito a realizar trabalhos de rotina em águas internacionais.

O incidente ocorreu em um momento de alta tensão regional. China criou no final de novembro uma nova "zona de identificação de defesa aérea" (ADIZ, as siglas em inglês) sobre ilhas em disputa no Mar da China Oriental e exige que os aviões que passem por ela se identifiquem e entreguem seus planos de voo. Estados Unidos e Japão recusaram a medida e se negaram a cumprir o trato. A ADIZ inclui um arquipélago disputado por Tóquio, que o chama Senkaku, e a China, o chama Diaoyu.

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