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Capitais brasileiras já têm quase 370 mil viciados em crack

Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios mostra que 90% das cidades registraram problemas com o consumo da droga

Viciados em crack consomem a droga.
Viciados em crack consomem a droga.Paulo Whitaker (reuters)

O crack é uma das drogas mais devastadoras que, há quase três décadas, se espalhou por toda São Paulo e pelas principais cidades brasileiras. Hoje, conforme uma recente pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, cerca de 370 mil pessoas consomem regularmente essa droga nas capitais das 27 unidades da federação. O número representa quase 1% da população dessas cidades.

Em outro levantamento, feito pela Confederação Nacional dos Municípios, a conclusão é de 90% dos 5.563 municípios brasileiros tem problemas com a droga, sendo que cerca de 1,1 milhão de pessoas já provaram o crack. Grandes cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte lutam frequentemente para acabar com suas cracolândias. O governo federal já o considera uma epidemia e tenta implantar uma série de programas em parcerias com os Estados para ajudar no tratamento dos dependentes químicos.

Produzido a partir da cocaína é um entorpecente que vicia rapidamente. Chegou ao Brasil no final dos anos 1980 como uma das maneiras de baratear o preço da cocaína. Hoje, uma pedra da droga custa de 5 a 10 reais, conforme seu tamanho (geralmente de até 2cm) e local da venda. Já a cocaína vale de 40 a 60 reais conforme sua procedência.

Dificilmente se apreendem carregamentos de crack. O que chega ao país é a pasta base de cocaína, vinda principalmente da Bolívia e da Colômbia. Quando estão em solo brasileiro, seguem para laboratórios clandestinos onde são transformadas em pedras que, quando são queimadas, fazem o som que dá o nome à droga.

Seu consumo é relacionado principalmente moradores de rua, pois muitos dos viciados costumam vagar, desnorteados, sujos pela cidade. Mas não são apenas pobres que consomem a droga. Assim como esses 18 hotéis que o governo quer fechar, há outras dezenas de casas privês onde a droga é vendida e consumida livremente.

Usuários contam pedras de crack na rua.
Usuários contam pedras de crack na rua.Paulo Whitaker (Reuters)

Só em São Paulo são ao menos dez em bairros de classe média. Nelas, estudantes, trabalhadores do comércio e empresários se reúnem com o único objetivo de consumir a droga. Depois que queimam sua pedra, voltam para seus trabalhos e casa.

Conforme estudos médicos os efeitos no corpo são rápidos. O vício se dá porque, o usuário tenta sempre buscar a mesma sensação que teve na primeira vez que consumiu a droga. Alguns relatam que o prazer é similar a um orgasmo. Esse prazer dura no máximo cinco minutos.

Seus efeitos no organismo são mais rápidos do que a cocaína porque a droga é rapidamente absorvida pelo pulmão e chega ao cérebro em questão de segundos. Causa tremores, cria uma sensação de euforia, aumenta a pressão arterial. A taquicardia pode causar um infarto do miocárdio e, em casos extremos, um acidente vascular cerebral (AVC). Quando usa a droga em grande quantidade, o viciado tem menos fome, perde o sono e pode ficar dias acordado. É comum ver como as pessoas emagrecem após um uso contínuo desse entorpecente.

A maioria dos tratamentos tenta aliar a questão de saúde com a social. A ideia é criar novos vínculos e hábitos, que não o de consumo da droga.

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