_
_
_
_

O Governo espanhol recusa o referendo de independência da Catalunha

Autoridade catalã diz que fará uma consulta popular sobre o assunto no dia 9 de novembro do próximo ano

O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy.
O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy.Kiko Huesca (EFE)

O Governo espanhol e a oposição socialista deixaram claro que não haverá uma consulta sobre a independência de Catalunha e que estão na contramão de que se celebre. Os votos do Partido Popular e do PSOE, aos que se unirão também os de outros partidos menores, fazem impossível que o Congresso dos Deputados autorize a consulta pactuada pelos partidos catalães. O presidente do Governo, Mariano Rajoy, foi taxativo: “Essa consulta é inconstitucional e não vai acontecer”. “Nem quero, nem posso, porque me parece ser disparatado, autorizar isso”.

Segundo a Constituição espanhola, um referendo dessa natureza só pode ser convocado pelo Governo central de Madri, e não por uma comunidade autônoma, como é o caso da Catalunha. Além disso, para dar esse passo, o Parlamento espanhol deveria aprovar uma reforma da Carta Magna antes de novembro de 2014, o qual parece improvável diante da atual composição dessa casa legislativa.

O presidente da Generalitat catalã (o governo regional), Artur Mas, e os líderes de quatro partidos catalães –que somam 87 deputados de um Parlamento local com 135 cadeiras, 64,2%- anunciaram hoje que farão no dia 9 de novembro de 2014 um referendo sobre a independência de Catalunha com duas perguntas: “Quer que a Catalunha seja um Estado?” e “Quer que a Catalunha seja um Estado independente?”.

O ministro de Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón, afirmou no Congresso: "O Estado garante que a consulta não ocorrer".

"O que propôs o Governo de Catalunha é um referendo de autodeterminação com o que os socialistas não estamos de acordo", assegurou Alfredo Pérez Rubalcaba, líder do PSOE. Acrescentou que o presidente da Generalitat de Catalunha, Artur Mas, levará a seus próprios cidadãos "a uma rua sem saída". O líder socialista não explicou que deve ser feito se for mantida a vontade dos partidos catalães de convocar a consulta unilateral.

Os socialistas consideram que a saída à atual situação é buscar um encaixe da Catalunha na Espanha e para isso, segundo explicam, é necessária uma reforma da Constituição na linha de avançar para um Estado federal.

Minutos antes, o primeiro dirigente político a reagir ante a convocação da consulta independentista e as perguntas lembradas pelo presidente da Generalitat, Artur Mas, e o líder de ERC, Oriol Junqueras, foi o porta-voz do PP no Congresso dos Deputados, Alfonso Alonso. "Não vai ser feita nenhuma consulta. Mas é um representante do Estado na Catalunha e sua função é cumprir com as leis. É impossível que se produza uma consulta. Parece-me uma profunda irresponsabilidade", manifestou. O porta-voz do PP recordou que a suspensão da autonomia é uma possibilidade que está contemplada na Constituição.

A líder de União Progresso e Democracia (UPyD), Rosa Díez, taxou de “covarde e enganosa, a pergunta pactuada por quatro forças políticas catalãs. As perguntas para o referendo na Catalunha só demonstram que seus autores “não têm projeto salvo dividir aos catalães”, acrescentou. Uma posição enfatizada mostrou o coordenador geral de Esquerda Unida, Cayo Lara, para quem o direito à consulta é possível por sua formação política. Cayo Lara assegurou, porém, que sua formação política “não está a favor da independência” de Catalunha.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_