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Coordenador de campanha de Capriles deixa a prisão

Alejandro Silva se encontrava, segundo a informação recebida pela oposição venezuelana, na Direção de Inteligência Militar

O coordenador nacional de caravanas do ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski, líder da oposição venezuelana, deixou a unidade da Direção da Inteligência Militar onde estava detido, de acordo com o próprio Capriles.

Ele anunciou a prisão durante a marcha convocada pela oposição contra a promulgação da Lei Habilitante do presidente Nicolás Maduro, que começou com os ânimos exaltados. Silva foi capturado onde estava hospedado, no hotel Eurobuilding de Caracas, por servidores públicos da Direção de Inteligência Militar. Durante toda a manhã se desconhecia seu paradeiro. O deputado Julio Borges, coordenador nacional do partido Primeiro Justiça, a que pertence Silva, disse que percorreram todas as delegacias policiais procurando seu paradeiro, mas não tiveram informações. A organização temia que pudessem ser “plantadas” provas, algo coloquial na Venezuela, que significa introduzir drogas em seus pertences.

Após o meio dia, a deputada do Parlamento Latino-americano, Delsa Solórzano informou ao diário O Universal que falou com Silva, e que ele estaria recluso na sede da direção, em Caracas. Disse também que ele se encontrava em bom estado de saúde.

Em sua conta de Twitter, Capriles responsabilizou o presidente Nicolás Maduro pelo desaparecimento de seu colaborador. “Conosco não poderá, covarde”, escreveu. O dirigente aproveitou a ocasião e chamou a oposição para transformar as ruas dos 335 municípios do país. “Que se sinta em toda Venezuela a rejeição a esses fascistas corruptos do regime de Maduro”, escreveu.

Esta detenção poderia estar relacionada a um anúncio feito por Maduro na noite da sexta-feira. O presidente tornou público que ordenava a prisão de dois membros dos partidos Vontade Popular e Primeiro Justiça, encarregados de promover desordens na manifestação com pessoas vestidas de vermelho, cor que identifica o chavismo.

Não houve um comunicado oficial do Governo reconhecendo a detenção ou o paradeiro de Silva, mas o ministro de Turismo, Andrés Izarra, também em sua conta de Twitter, afirmou: “preso um dos seguidores fascistas de Capriles que pretendia entristecer mais uma vez o povo venezuelano”.

O protesto ocorre com uma cobertura muito limitada dos meios audiovisuais. Os canais de televisão não estão transmitindo as imagens ao vivo. Depois da venda do canal Globovisión a empresários relacionados com o governo, a oposição denunciou que suas atividades não são descritas como no passado, com reportagens generosas e contínuas. A televisão oficial, enquanto isso, cobre o desenrolar da campanha eleitoral dos candidatos do governo às futuras eleições autárquicas do próximo 8 de dezembro, e anuncia o aniversário de 51 anos do presidente Nicolás Maduro.

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