_
_
_
_

Suspeita de matar Kim Jong-nam diz ter recebido 280 reais para fazer pegadinha de TV

Indonésia Siti Aisyah, detida na Malásia, diz ter sido contratada para esfregar loção infantil numa cena de ‘reality show’

A indonésia Siti Aisyah.
A indonésia Siti Aisyah.ROYAL MALAYSIA POLICE (REUTERS)

A indonésia Siti Aisyah, uma das duas mulheres detidas pelo assassinato de Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder norte-coreano, Kim Jong-un, ocorrido no dia 13, afirmou neste sábado que foi contratada por um grupo de homens, que identificou como coreanos ou japoneses, para protagonizar uma pegadinha televisiva envolvendo a vítima. A mulher disse ter recebido 400 ringgits (a moeda da Malásia, um valor equivalente a 280 reais) para passar loção infantil no rosto do norte-coreano. Mas esse óleo para bebês era, na verdade, o agente nervoso VX, catalogado como uma arma química pela ONU, segundo a polícia de Kuala Lumpur.

O relato da suspeita, de 25 anos, consta de um depoimento de aproximadamente 30 minutos prestado na delegacia onde ela está presa. Seu conteúdo foi revelado pelo embaixador da Indonésia em Kuala Lumpur, Andreano Erwin, e citado pelo jornal The Star.

Segundo o diplomata, Aisyah se encontra em bom estado de saúde, apesar de a Polícia ter informado que ela chegou a vomitar depois de ser presa, aparentemente devido a uma reação ao agente químico usado no crime. Um representante da Embaixada do Vietnã em Kuala Lumpur visitou a outra suspeita, a vietnamita Doan Thi Huong, mas não quis falar à imprensa.

Mais informações
Sin titulo
Irmão do líder norte-coreano foi assassinado com arma de destruição em massa
VX, o agente nervoso com o qual Kim Jong-nam foi assassinado
20 anos na Coreia do Norte: novas armas nucleares, mesmos abusos dos direitos humanos

A polícia havia revelado nesta sexta-feira que o agente nervoso VX, catalogado como uma arma química pela ONU, foi usado para assassinar Kim Jong-nam, que foi abordado pelas duas suspeitas no último dia 13 no aeroporto de Kuala Lumpur. O norte-coreano – inimigo declarado do regime do seu irmão – chegou a pedir socorro, mas morreu minutos depois, a caminho do hospital, sentindo fortes dores.

As autoridades malasianas continuam identificando a vítima como “um cidadão norte-coreano”, à espera de que algum familiar solicite o cadáver para um exame de DNA. Entretanto, o Governo da Coreia do Sul afirma desde o primeiro momento que Kim Jong-nam foi assassinado pelo regime de Pyongyang, no que Seul chegou a qualificar como um “ato terrorista”.

Além da vietnamita e da indonésia, a Polícia da Malásia deteve um químico norte-coreano e expediu mandados de prisão contra quatro outros norte-coreanos que supostamente recrutaram as agressoras para impregnar a vítima com o potente agente químico. Acredita-se que esses quatro suspeitos – Hong Song-hac, Ri Ji-hyon, O Jong-gil e Ri Jae-nam – fugiram da Malásia para Pyongyang no mesmo dia do crime.

Imagem de uma câmera de vigilância do aeroporto mostra o momento do ataque a Kim Jong-nam.

As autoridades também pediram à embaixada norte-coreana em Kuala Lumpur que permita colher o depoimento de outras duas pessoas: Hyon Kwang-song, segundo-secretário da legação diplomática, e Kim Uk-il, funcionário da companhia aérea estatal Air Koryo.

Conforme as imagens das câmeras de segurança, no dia do crime ambos estiveram no aeroporto, onde se despediram dos quatro suspeitos norte-coreanos. Apesar da imunidade diplomática de Hyon, a Polícia malasiana promete fazer de tudo para que preste depoimento.

Kim Jong-nam nasceu em 1971, da relação entre o falecido ditador norte-coreano Kim Jong-il e a sua primeira concubina, a atriz Song Hye-rim. Chegou a ser apontado como sucessor do pai à frente do regime comunista, mas caiu em desgraça em 2001, quando foi detido no Japão com um passaporte dominicano. Nos últimos anos, viveu exilado na China, e em 2012 chamou a atenção por suas críticas a Pyongyang e ao seu sistema de sucessão.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_