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Avião da Chapecoense tinha menos combustível do que o seguro para a viagem

As autoridades aeronáuticas da Colômbia investigam por que o avião não cumpriu com o regulamento aéreo

Ana Marcos
Jogadores da Chapecoense que não viajaram no avião rendem tributo a seus colegas no Brasil.
Jogadores da Chapecoense que não viajaram no avião rendem tributo a seus colegas no Brasil.RICARDO MORAES (REUTERS)

"Lamentavelmente, a aeronave não contava com o combustível (mínimo) de segurança estabelecido pelo regulamento." Com essas palavras o coronel Freddy Bonilla, secretário de Segurança Aérea de Colômbia, confirmou na noite desta quarta-feira uma das causas do acidente do avião da companhia boliviana LaMia que transportava a equipe da Chapecoense, no qual perderam a vida 71 pessoas. "No momento do impacto, a aeronave não tinha gasolina. Estamos levando a cabo uma investigação para conhecer o motivo", informou.

As autoridades colombianas em colaboração com um especialista em aeronáutica da Bolívia, especialistas brasileiros, técnicos do Reino Unido (país de origem de fabricação do aparelho), além de agentes da Agência Nacional de Investigação de Transporte Aéreo dos Estados Unidos, trabalham para esclarecer por que a companhia LaMia permitiu que um avião voasse sem o combustível necessário para um trajeto de 1.588 milhas náuticas (quase 3.000 quilômetros).

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"As normas internacionais estabelecem que uma aeronave para realizar voo entre aeroportos deve contar com um combustível mínimo, com um aeroporto alternado, adicionar 30 minutos, e cinco minutos de combustível reserva", explicou o coronel Bonilla. O avião que transportava a Chapecoense tinha um plano de voo alternativo em Bogotá, mas segundo relatou o responsável da empresa, não teve de usá-lo "porque as condições climáticas em Rionegro eram adequadas".

Às 21h49 da noite da segunda-feira, segundo o relato das autoridades, o avião procedente de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, solicitou prioridade para aterrissar no aeroporto José María Córdova de Rionegro, próximo da cidade de Medellín, por um problema de combustível. A torre de controle autorizou a aproximação. Dois minutos depois declarou a emergência pelo mesmo problema e cinco minutos mais tarde reportou uma falha elétrica total e pediu "vetores", isto é, indicações ao controlador para que o ajudasse na aterrissagem. Posteriormente, quando a aeronave desceu a 9.000 pés, os radares perderam seu sinal e foi aí que se produziu a colisão.

Os fatos narrados pelas autoridades aeronáuticas coincidem com uma gravação na qual se escuta a conversa entre o piloto Miguel Quiroga e uma controladora. "Este áudio não está certificado e é inexato em relação a seus tempos", assegurou o coronel Bonilla, sem entrar em mais detalhes. Nesta quarta, o  kornal boliviano "El Deber" publicou entrevista  com Fernando Goytia Gómez, filho do copiloto do avião da LaMia. Segundo Goytia, o pai afirmou que viajaria com combustível "justo" para o percurso de quase 3.000 quilômetros por causa de atraso. Ainda segundo Goytia, a ideia era reabastecer na cidade boliviana de Cobija, mas o plano teria sido descartado pela falta de condiciones de pouso à noite na localidade. A decisão foi viajar com tanque cheio e tentar o voo direto.

À espera de que a investigação continue, as autoridades forenses de Medellín seguem com a identificação dos corpos. À cidade colombiana chegaram familiares das vítimas procedentes de Bolívia e do Brasil. Nesta quarta a cidade

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