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Crise política implode o partido socialista espanhol

Renúncia dos membros do órgão diretivo pretende evitar um congresso antecipado

Membros da executiva do PSOE na sede socialistaFoto: atlas | Vídeo: Uly Martín / ATLAS
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Para forçar a saída do secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, os socialistas que o criticam apresentaram nesta quarta-feira sua demissão, num total de 17 — as quais, unidas aos três postos vagos previamente, representam a maioria da executiva do partido, originariamente constituída de 38 pessoas, das quais 35 agora estão em exercício. Os membros da executiva Antonio Pradas e Eva Matarín, das federações andaluza e madrilena, foram encarregados de levar as 17 assinaturas à sede do PSOE, na rua Ferraz. O objetivo é impedir que o comitê federal do sábado submeta a votação a convocação de um congresso emergencial e de primárias para a secretaria-geral em 23 de outubro, tal como Sánchez havia anunciado. A decisão dos 17 membros da executiva resulta na extinção desse órgão diretivo e na perda do poder de Pedro Sánchez.

Em todas as federações socialistas haviam sido colocadas em andamento linhas de ação para impedir os planos do líder socialista. A renúncia da maioria de integrantes da executiva do PSOE era a primeira opção e, na prática, leva à extinção desse órgão para dar lugar à sua substituição por um gestor e a saída de Sánchez. Para o caso de que essa opção não surtisse efeito, vários socialistas vinham tentando influir nos 290 integrantes do comitê federal.

A decisão dos críticos do secretário-geral foi adotada depois que o ex-presidente de Governo (primeiro-ministro) Felipe González revelou que o próprio Sánchez lhe havia comunicado sua intenção de se abster na sessão de investidura de Mariano Rajoy, apesar de posteriormente ter defendido o não ao PP. “Sánchez me disse que iria abser-se. Eu me sinto enganado.” Pedro Sánchez lhe respondeu pouco depois falando em grupos: “Felipe González está no grupo da abstenção, eu estou no grupo do voto contra Mariano Rajoy e criar um Governo alternativo. Gostaria de saber em que grupo está Susana Díaz”.

Os 17 demissões da executiva do PSOE

1. Micaela Navarro (Andaluzia), presidenta

2. Antonio Pradas (Andaluzia), Secretaria de Política Federal

3. Eva Matarín (Madri), Secretaria de Imigração

4. Ximo Puig (Comunidade Valenciana), Secretaria de Reformas Democráticas

5. María José Sánchez Rubio (Andaluzia), Secretaria da Saúde

6. Mari Luz Rodríguez (Castela-Mancha), Secretaria do Emprego

7. Estefanía Martín Palop (Andaluzia), Secretaria da Formação Técnica

8. Carme Chacón (Catalunha), Secretaria de Relações Internacionais

9. José Miguel Pérez (Canárias), Secretaria da Educação

10. Manuela Galiano (Castela-Mancha), Secretaria de Pequenos Municípios

11. Noemí Cruz (Andaluzia), Secretaria de Cooperação para o Desenvolvimento

12. Francisco Pizarro (Andaluzia)

13. Juan Pablo Durán (Andaluzia)

14. Tomás Gómez (Madrid)

15. Emiliano García Page (Castela-Mancha)

16. María Ascensión Murillo (Extremadura)

17. Carlos Pérez (Aragón)

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