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Um forte terremoto de 6,2 volta a abalar o Equador

É o maior tremor desde o que causou mais de 500 vítimas no sábado passado

Escombros na cidade de Pedernales depois do primeiro tremor.Foto: reuters_live | Vídeo: RODRIGO BUENDIA AFP

Um terremoto de 6,2 graus abalou durante cerca de 30 segundos a costa norte do Equador nesta quarta-feira, por volta das 5h33, horário de Brasília (3h33 em Guayaquil), o mais forte desde que no sábado passado, dia 16 de abril, um sismo de 7,8 graus na escala sismológica deixou 525 vítimas fatais e mais de 4.000 feridos no país (segundo a contagem oficial mais recente), assim como extensos danos materiais. O epicentro do terremoto, cuja magnitude foi de 6,3 segundo o Instituto Geofísico do Equador, está na mesma região do norte do país afetada pelo terremoto de sábado. Os geólogos consideram que esta réplica foi excepcionalmente forte.

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Apesar da intensidade do abalo, não foram registrados danos consideráveis. “Um susto muito grande”, era o que se repetia nas imediações do estádio da cidade. A maior parte da população da região afetada já estava dormindo ao ar livre por segurança, devido à forte sequência de abalos dos últimos dias (de até 5,4 graus, no domingo). As operações de resgate de vítimas e possíveis sobreviventes foram retomadas imediatamente depois do novo tremor. Um dos últimos corpos resgatados de baixo dos escombros é o de um menino colombiano, que passava férias com a família.

O centro do tremor foi localizado a 70 quilômetros a oeste-sudoeste da cidade portuária de Esmeraldas, a uma profundidade de 10 quilômetros, segundo informou à agência Reuters o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico. O terremoto não foi sentido na capital Quito, distante cerca de 214 quilômetros.

Passadas as primeiras 72 horas e com cada vez menos esperança de encontrar sobreviventes entre os escombros aos quais ficaram reduzidas cidades inteiras da costa norte de Manabi, a prioridade se concentra agora em atender às necessidades básicas dos afetados.

Até o momento a entrega de alimentos, água, roupa e produtos básicos, que chegam a partir de milhares de donativos feitos pela população, era destinada especialmente às regiões destruídas de Manta, Pedernales e Portoviejo, as cidades mais afetadas. Mas, a partir de hoje, a ajuda se estende a todo o país.

O ministro da Defesa, Ricardo Patiño, explicou na terça-feira, dia 19, que toda a população será atendida, pois “mesmo que não tenha sido diretamente afetada pelo sismo, sofre com problemas de abastecimento e falta de água”. Os desafios que as autoridades enfrentarão agora vão desde a alimentação até a segurança.

Sobrevivência. As Unidades da Polícia Comunitária (UPC) recebem e repartem os alimentos, a água e artigos de primeira necessidade como papel higiênico, toalhas e medicamentos. Cada UPC é responsável por uma população aproximada de 10.000 pessoas e está custodiada por militares e policiais, bem como coordenada por funcionários da Secretaria de Gerenciamento de Riscos. Também terá representantes do Ministério de Saúde e do Ministério de Inclusão Econômica e Social.

Água. Nas UPC instalaram-se tanques com uma capacidade de 2.500 litros de água, que serão abastecidos constantemente por caminhões-pipa, para abastecer de água os cidadãos.

Localização do terremoto segundo a Agência Geológica dos Estados Unidos.
Localização do terremoto segundo a Agência Geológica dos Estados Unidos.USGS (EFE)

Serviços básicos. As tarefas para restabelecer os serviços de eletricidade e água na costa manabita, a região mais afetada, não terminam. Segundo um dos últimos informes da Secretaria de Gerenciamento de Riscos, Manabí tem restabelecida a luz em 76% da cidade. E de acordo com o ministro de Defesa, o trabalho vai progredindo aos poucos.

Segurança. Os cidadãos que permanecem nas zonas afetadas reclamam de roubos e atos de delinquência dos que se aproveitam da situação de emergência. Patiño respondeu que nas zonas afetadas há 10.000 militares e 6.000 policiais que devem garantir a segurança de todos.

Reconstrução. O presidente Rafael Correa já estimava que a volta à normalidade custaria ao Equador o equivalente a 3% de seu Produto Interno Bruto, cerca de 3.000 milhões de dólares (mais de 10,6 milhões de reais), também disse que no curto prazo irá "necessitar de algumas dezenas de milhões (de dólares)". Correia lembrou que "terá que manter os acampamentos com as pessoas refugiadas; terá que reconstruir a infraestrutura pública, temos vias colapsadas, pontes danificadas e hospitais colapsados".

Desaparecidos. O número de desaparecidos varia enquanto avançam as tarefas de resgate. O Governo lançou duas plataformas digitais para que os familiares dos atingidos facilitem os dados de parentes dos quais que ainda não têm notícias, seja equatoriano ou estrangeiro.

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