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O que se sabe do terremoto do Equador

Há 480 mortos pelo tremor, e o número de feridos chega a 4.000, segundo dados do Governo

Foto: reuters_live | Vídeo: J. JÁCOME | REUTERS-QUALITY
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O Equador chega ao terceiro dia depois do terremoto de magnitude 7,8 ainda procurando sobreviventes entre os escombros. Já começaram a chegar as primeiras equipes internacionais especializadas em busca de desaparecidos, e foi montado um esquema de atendimento emergencial às vítimas. O balanço oficial nesta terça-feira é de 507 mortos, 231 desaparecidos, 4.027 feridos, 20.503 pessoas desabrigados, 805 edifícios destruídos, 608 construções afetadas e 146 escolas danificadas, segundo a Secretaria de Gestão de Riscos. As primeiras 72 horas são vitais para encontrar soterrados com vida. Os trabalhos ocorrem em meio a réplicas do sismo – pelo menos 405 já foram registradas desde o tremor principal no sábado à noite, sendo as mais fortes com magnitudes entre 5,4 e 5,1.

A seguir, as principais novidades relacionadas ao pior terremoto dos últimos 67 anos no Equador:

Ajuda. O contingente militar enviado pela Espanha, com 50 integrantes da Unidade Militar de Emergência (UME), tinha chegada prevista para a manhã desta terça. O Governo equatoriano calculou que entre a noite de segunda e a manhã desta terça chegaram mais de 400 especialistas em resgate procedentes da Venezuela, Colômbia, Chile, Peru, El Salvador, Cuba, Bolívia e México, aos quais se somariam nas horas seguintes especialistas da Espanha, Argentina e Brasil, segundo o ministro da Defesa, Ricardo Patiño, encarregado da coordenação geral das ações governamentais.

Além da ajuda internacional, o Equador recebe auxílio também do Acnur (agência da ONU para refugiados), que prepara um voo com assistência humanitária. Este primeiro avião, que partirá de Copenhague nas próximas 48 horas com destino a Quito, levará itens de primeira necessidade, incluindo 900 tendas de campanha, lonas de plástico, 15.000 colchonetes, utensílios de cozinha e, dado o risco de transmissão do zika vírus, 18.000 telas impregnadas com repelente.

Vítimas. O Governo do Equador elevou a 507 a cifra provisória de mortos e a 4.027 a de feridos. O Ministério Público emitiu um documento com os nomes e sobrenomes das vítimas fatais em Pedernales (148), Portoviejo (100), Manta (93), Canoa (22), Bahía (10) e Rocafuerte (3), as localidades mais afetadas pelo sismo. A lista será atualizada à medida que novas vítimas forem confirmadas.

Desaparecidos. Entre os desaparecidos há 83 cidadãos colombianos, país de origem também de sete dos mortos, segundo a agência de notícias equatoriana Andes. Nas últimas horas, as equipes de busca e resgate encontraram com vida cinco pessoas que permaneciam entre os escombros de um centro comercial na localidade equatoriana de Manta, relata a Europa Press.

Danos econômicos. O presidente equatoriano, Rafael Correa, estimou os prejuízos em três bilhões de dólares (10,6 bilhões de reais). A cifra representa 3% do PIB do país. "É uma longa luta, por isso os conclamo a não desanimarmos”, declarou o mandatário.

Reconstrução. O impacto econômico do terremoto sobre o PIB do Equador será “enorme”, conforme admitiu o Governo. “Será preciso reconstruir Pedernales, Portoviejo, Manta... Isso levará meses, anos, e custará centenas, provavelmente bilhões de dólares”, afirmou o presidente. A Cruz Vermelha calcula que entre 70.000 e 100.000 pessoas precisarão de algum tipo de assistência, e entre 3.000 e 5.000 terão de ir para abrigos de emergência.

Réplicas. Correa pediu a centenas de pessoas que permanecem ao ar livre, com medo das mais de 400 réplicas já registradas, que se dirijam aos abrigos. “Entendemos essa situação, mas não pode perdurar no tempo”, afirmou. Segundo o presidente, os albergues serão "temporários, de médio prazo”, porque “será preciso derrubar essas estruturas que estão em mau estado e reconstruir novas moradias, talvez novos bairros, para as famílias que perderam suas casinhas.”

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