Ataques com mísseis atingem dois hospitais na Síria e matam 21 civis
14 pessoas morreram em centro de saúde de Azaz, e sete em um hospital da Médico Sem Fronteiras
Dezenas de pessoas morreram em vários ataques com mísseis contra dois hospitais na Síria, um localizado em Azaz, perto da fronteira com a Turquia, e outro na província de Idleb. No ataque na cidade de Azaz, na província de Aleppo, que também atingiu uma escola, ao menos 14 pessoas morreram em um bombardeio com oito mísseis que as autoridades turcas atribuíram à Rússia. Os bombardeios em Azaz também deixaram pelo menos 30 pessoas feridas, segundo a Associação Independente de Médicos, uma ONG síria que gerencia um hospital em Bab al-Salam, na fronteira entre a Síria e a Turquia.
Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, acusou a Rússia de agir como uma "organização terrorista" na Síria e prometeu uma resposta à altura. "Se a Rússia continuar a se comportar como uma organização terrorista, forçando os civis a fugir, vamos dar uma resposta decisiva", disse Davutoglu durante sua visita a Kiev.
"Infelizmente, os ataques contra civis continuam na Síria, e esses ataques são realizados tanto por russos quanto por grupos terroristas", acrescentou o primeiro-ministro turco, que, pouco antes de chegar à capital da Ucrânia, afirmou que a Turquia não vai permitir que Azaz caia em mãos das forças curdas, as quais a artilharia turca bombardeia há três dias. Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Turquia também disse que o Governo turco bombardeou com artilharia grupos armados no nordeste da Síria, depois de sofrer um "ataque contra uma delegacia de polícia na fronteira em Hatay".
Esta nova escalada da violência acontece poucos dias depois de um acordo fechado, na madrugada de sexta-feira, por 17 representantes de países reunidos em Munique, com o objetivo de colocar um fim às "hostilidades" na guerra na Síria. O conflito, que começou há mais de cinco anos, deixou 260.000 mortos e 11 milhões de deslocados. A União Europeia (UE) exigiu, nesta segunda-feira, que todas as partes cumpram o acordo para permitir o acesso à ajuda humanitária para as populações sitiadas, incluindo a Turquia, que continua atacando as forças curdas que lutam contra o Estado Islâmico e a Rússia.
"Há apenas alguns dias, todos nós, incluindo a Turquia, sentados ao redor da mesa, decidimos os passos para controlar a situação e cessar as hostilidades. Discutimos as formas práticas de se fazer isso", disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, a jornalistas na chegada na reunião de chanceleres da UE.
Além disso, pelo menos sete pessoas foram mortas nesta segunda-feira, e dezenas ficaram feridas em um outro bombardeio contra um centro de saúde apoiado pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), na província de Idleb, no norte da Síria, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. A ONG afirmou que aviões russos atacaram o hospital, localizado nos arredores de Maarat al- Nuaman, em Idleb.
A Médicos Sem Fronteiras condenou o bombardeio do hospital ao qual presta apoio nessa província do norte da Síria e confirmou que, além disso, oito funcionários estão desaparecidos. O ataque deixou milhares de pessoas sem serviços de saúde em uma zona de guerra. "Condenamos este novo ataque contra uma instalação médica que, além disso, também parece ter sido deliberadamente dirigido contra a mesma", disse em um comunicado Massimiliano Rebaudengo, coordenador-geral do MSF na Síria.
Não é a primeira vez que um centro médico apoiado pelo MSF é atacado na Síria. Em 5 de fevereiro, três pessoas foram mortas e outras seis, entre elas uma enfermeira, ficaram feridas em um ataque contra o hospital de Tafas, no sul da Síria, que recebe assistência da ONG.
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