_
_
_
_
_

10 pontos sobre as eleições de Portugal, às voltas com os cortes

Os 230 parlamentares eleitos deverão decidir quando acabar com a austeridade

O primeiro ministro português Pedro Passos Coelho.
O primeiro ministro português Pedro Passos Coelho.FRANCISCO LEONG (AFP)

Nove milhões e meio de portugueses estão convocados às urnas, neste domingo, para escolher os 230 deputados que elegerão um novo Governo. Devem optar entre dar continuidade ao atual Executivo de centro-direita (PSD-CDS) ou apostar em um de esquerda, liderado pelo socialista António Costa. Nenhuma pesquisa aponta maioria absoluta, mas há alguns pontos-chave sobre os quais se apoiar para decidir o futuro de Portugal.

1. Quais são os principais temas da campanha?

Mais informações
A velhice cobra a conta em Portugal
Passos apela para a estabilidade de Portugal contra o avanço da esquerda
“A esquerda pode morrer se não se reinventar e se renunciar ao progresso”
Leia mais notícias sobre Portugal

Os cortes nas prestações sociais e os impostos são alguns dos grandes temas desta campanha eleitoral. O imposto sobre a renda tem uma sobretaxa de 3,5%; e o IVA é de 23% em produtos básicos. Até um ano atrás, o popular cachorro-quente era tributado com 23% de IVA.

A emigração dos jovens e dos mais bem formados é outra preocupação da sociedade portuguesa.

2. Em que se diferenciam os principais programas?

O PSD-CDS quer acabar com os cortes em um prazo de quatro anos; o PS quer fazer o mesmo em dois anos. O PC e o Bloco querem terminar com todos os cortes imediatamente.

3. Como está a economia portuguesa às vésperas das eleições?

- O desemprego: caiu de 17,5% em 2013 para os 12,4% atuais.

- O PIB: cresce acima da média da União Europeia.

- O déficit: o Governo promete terminar o ano abaixo dos 3% exigidos por Bruxelas. No primeiro semestre, foi de 4,5%.

- A dívida: é a terceira maior da Europa, atrás da Grécia e da Itália. Está em torno de 128% do PIB.

- A emigração: nos últimos dois anos, 200.000 pessoas emigraram; nos últimos quatro, quase 5% da população abandonou o país.

4. Quem são os principais candidatos?

Pedro Passos Coelho, atual primeiro-ministro e líder do centrista PSD.

Pablo Portas, vice-primeiro-ministro, líder do CSD, que faz coalizão com o PSD.

António Costa, líder do Partido Socialista, ex-prefeito de Lisboa.

Jerónimo de Sousa, líder do Partido Comunista.

Catarina Martins e Mariana Mortágua, líderes do Bloco de Esquerda.

5. Quais são os desafios para o país?

Parar a emigração e o envelhecimento da população, diminuir a burocracia e a administração pública; cumprir os acordos com Bruxelas.

6. Depois de três anos sob influência da troika, não nasceu nenhum Podemos?

Na verdade, não. Um Partido Comunista marxista-leninista continua atraindo por volta de 10% dos votos. Também não existem partidos xenofóbicos ou de extrema-direita que sejam relevantes.

7. Quem vai ganhar?

As pesquisas apontam uma provável vitória da coalizão governista PSD-CDS, mas sem maioria absoluta.

Durante a campanha, houve pesquisas diárias da Intercampus para a TVI, o Público e a TSF; e da Universidade Católica para a rádio e televisão públicas (RTP). Todas concordaram com a subida do PSD-CDS e do Bloco de Esquerda. Mas, nessas pesquisas, mais da metade dos entrevistados se negou a opinar, e por volta de 21% ainda não havia decidido seu voto até a última sexta-feira.

8. Pode haver uma maioria de partidos de esquerda?

Em votos, é quase certeza; em assentos no parlamento, poderia acontecer, mas as diferenças entre o PS e o PCP – a terceira força eleitoral – são intransponíveis, o que impediria um governo com maioria absoluta.

9. Como a abstenção pode influenciar?

Tradicionalmente, diz-se que favorece a direita. Com aproximadamente 35% de abstenção, o PS conseguiu maioria absoluta; o PSD-CDS a obteve com 41%.

10. O que acontece se não houver uma maioria clara?

Governará o partido com mais assentos no parlamento (PSD-CDS ou o PS), com maioria simples. Supõe-se que, com esse cenário, no primeiro ano de legislatura, seria aprovado o orçamento com votos de parte da oposição, para dar estabilidade ao país. E no segundo ano, novas eleições seriam convocadas.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_