Boy Scouts revogam o veto contra líderes escoteiros homossexuais
Executiva nacional ratifica a mudança com 79% dos votos, após duas décadas de debate
A comunidade homossexual ganha mais uma vitória nos Estados Unidos. A junta executiva nacional da organização Boy Scouts of America (união escoteira dos Estados Unidos) eliminou, nesta segunda-feira, a proibição que impedia adultos abertamente homossexuais de trabalhar na organização como empregados ou voluntários.
Desse modo a entidade Boy Scouts of America, uma das maiores organizações juvenis do país, revogou sua política de exclusão da comunidade homossexual. Depois de uma votação unânime em 14 de julho, o comitê executivo da organização aprovou uma resolução para pôr fim à proibição de líderes abertamente gays. Na segunda-feira a executiva nacional ratificou a decisão em votação telefônica na qual 79% dos participantes pediram o fim do veto.
O processo para acabar com a proibição começou depois de um aviso lançado em maio pelo atual presidente da organização, Robert M. Gates, dizendo que a exclusão da comunidade homossexual “não se sustenta mais”. Na reunião executiva anual, Gates, ex-secretário da Defesa dos EUA, declarou que a organização “precisa se adaptar ao mundo como ele é, não como vocês talvez gostariam que fosse”.
Mas não se conseguiu a igualdade de fato. A organização afirmou que a resolução de meados de julho também permite que as organizações filiadas à Boy Scouts of America, 70% das quais são grupos religiosos que não aceitam a igualdade de direitos dos homossexuais, como o direito ao casamento, “continuem a eleger líderes cujas credenciais sejam coerentes com as delas”. Tomada para que a organização não perca o financiamento do setor conservador, a medida permite a discriminação reiterada da comunidade homossexual por parte das religiões mais populares na organização: mórmons, católicos, batistas e muçulmanos.
A discussão sobre a aceitação de homossexuais nos Scouts vem sendo travada há duas décadas
Mesmo assim, a decisão não deixa de ser um passo de grande importância que é dado dois anos depois de a entidade ter permitido a participação de jovens gays, mas não de adultos, e apenas um mês depois da histórica decisão da Suprema Corte de legalizar o casamento homossexual em todo o país.
A discussão sobre a aceitação de homossexuais nos Scouts vem sendo travada há duas décadas e fraturou a imagem social de camaradagem que tanto caracteriza o escotismo. A associação Boy Scouts of America foi fundada em 1910 no Estado do Texas e hoje tem 2,7 milhões de membros e mais de um milhão de voluntários. Sua função é educar jovens em aspectos da cidadania e convivência responsável e promover o desenvolvimento do caráter e da autossuficiência, por meio de atividades ao ar livre ou programas de ensino.
“Existem diferenças de opinião, e precisamos respeitá-las”, disse Michael Harrison, que liderou a organização no condado de Orange, na Califórnia, e durante seus anos na entidade defendeu essa mudança. “Isso não significa que os mórmons devam eleger um líder homossexual, mas por favor não digam aos unitaristas que não podem fazê-lo.”
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