Obama: “O pacto com Irã não se baseia na confiança e sim na verificação”
Presidente dos EUA diz que acordo freia a proliferação de armas nucleares na região
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saudou o histórico acordo nuclear alcançado com o Irã em Viena como o pacto que “freia a expansão de armas nucleares” no Oriente Médio, “a região mais volátil do mundo” e, portanto, faz do planeta um lugar “mais seguro e esperançoso”.
“Negociamos de uma posição de força e de princípios e agora freamos a expansão de armas nucleares nessa região”, comemorou Obama num discurso na Casa Branca ao qual compareceu seu vice-presidente, Joe Biden.
O presidente, que especificou alguns dos pontos principais do acordo, afirmou que eles atendem “a todos e a cada um dos itens básicos” exigidos por Washington. E deixou claro, além disso, que a conclusão do acordo não é um ato de boa vontade, mas que vem acompanhado de um robusto sistema de verificação. “Esse acordo não se baseia na confiança e sim na verificação”, frisou.
Nos 14 minutos de discurso, Obama dirigiu-se ao povo norte-americano, mas, sobretudo, ao Congresso, que agora tem que revisar o acordo e sancioná-lo, o que alguns congressistas se recusam a fazer.
A estes, disse que devem levar em conta não só o que o acordo significa, “mas também o que aconteceria sem esse acordo”. Ou seja, basicamente, que os EUA ficariam sós diante do Irã e sem capacidade nem de impor sanções nem de comprovar que Teerã não está construindo a bomba atômica. Algo que, em longo prazo, como advertiu Obama, poderia levar um presidente norte-americano a ter que fazer uso de força na região.
Vetarei qualquer lei que impeça a implementação bem sucedida desse acordo Barack Obama
“Não aceitar o acordo significa que haverá maior possibilidade de mais guerras no Oriente Médio”, argumentou. “Seria irresponsável nos afastarmos desse acordo”, insistiu Obama, que lembrou, além do mais, que as sanções foram impostas com o objetivo de forçar o Irã a negociar pela via diplomática, que é precisamente o que foi feito.
Por isso, Obama, ainda que tenha convidado o Congresso a revisar cuidadosamente o acordo, advertiu de imediato que exercerá seu direito de veto se o Legislativo impuser travas ao pacto. “Vetarei qualquer lei que impeça a implementação bem sucedida desse acordo”, avisou, enquanto pedia que os congressistas deixem de lado “a politicagem” e demonstrem a mesma “liderança que uniu diversas potências do mundo para alcançar o acordo” que evita uma “espiral inevitável de conflitos”.
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