México prende homem envolvido na chacina de Iguala
Felipe Rodríguez foi preso em Morelos por soldados do Exército e agentes da Polícia Federal
O Governo mexicano prendeu na noite de quinta-feira em Morelos (a 100 quilômetros da Cidade do México) Felipe Rodríguez Salgado, suspeito de fazer parte do cartel Guerreiros Unidos. A Procuradoria Geral da República (PGR) identifica-o como um dos pistoleiros envolvidos na chacina de Iguala, em que narcotraficantes mataram e queimaram os corpos de 43 estudantes de uma escola rural, segundo a versão oficial. As autoridades prenderam até o momento 98 suspeitos de participação na tragédia ocorrida em 26 de setembro. Rodríguez Salgado, também conhecido como El Terco ou El Cepillo, foi levado à promotoria para contar o que sabe a respeito daquela noite, ainda cheia de incógnitas.
A promotoria acredita que El Terco é um dos responsáveis por dar ordens aos homens que incineraram os estudantes no lixão de Cocula. Segundo a versão das autoridades, os criminosos executaram os estudantes de Ayotzinapa e prepararam uma fogueira para cremar os corpos. “El Cepillo disse a eles que toda a roupa que [os criminosos] tinham usado na ocasião devia ser queimada também. Ou seja, houve uma tentativa de apagar todas as pistas”, disse em novembro o procurador-geral Jesús Murillo Karam.
As investigações apontam que, na tarde de 27 de setembro, Rodríguez Salgado teria ido com sacos de lixo ao local do assassinato. Mandou seus cúmplices desmancharem com pás todos os restos que tinham resistido às chamas. As sacolas foram jogadas em um rio.
O jornal Reforma afirma que o preso era um dos colaboradores mais próximos de Gildardo López Astudillo, El Gil, o tenente de Guerreros Unidos que recebeu os 43 estudantes das mãos dos policiais municipais de Iguala. El Gil e Felipe Flores Velázquez, ex-chefe de polícia, continuam foragidos. Essas detenções são fundamentais para que a promotoria possa preencher as lacunas da versão oficial, que persistem mais de três meses depois da chacina.
O Governo de Morelos localizou Rodríguez Salgado na terça-feira passada. Na noite desta quinta-feira, o Exército e agentes da Polícia Federal realizaram a prisão em Jiutepec, um município vizinho a Cuernavaca, capital do estado. O lugar é um destino muito procurado pelos moradores da capital federal que têm uma casa de fim de semana a menos de uma hora da caótica Cidade do México.
Morelos é um pequeno estado do centro do país com uma longa tradição de acolher grandes chefes do narcotráfico. Agora é um dos bastiões dos Guerreros Unidos, uma organização criminosa surgida em 2010 após lutas internas no cartel dos irmãos Beltrán Leyva. Desde então os criminosos assolaram o centro do país e o vizinho estado de Guerrero com sequestros, extorsões e assassinatos.
O Governo já prendeu quase cem pessoas relacionadas ao caso Iguala, incluindo 58 policiais. Apesar disso, a versão dos fatos apresentada pela promotoria não convence os pais dos 43 estudantes desaparecidos. Atualmente, só um deles foi identificado graças aos restos humanos encontrados em um rio próximo. A teoria das autoridades é que os matadores, depois de cremar os estudantes, encheram sacos de lixo com os restos calcinados e os jogaram na água.
Os setores radicais do estado de Guerrero mobilizaram-se com a exigência de que os estudantes sejam apresentados com vida. Na segunda-feira, um grupo de encapuzados invadiu o quartel de Iguala depois que parte da imprensa espalhou que o Exército estaria envolvido no desaparecimento, algo que o Governo desmentiu.
O secretário das Relações Interiores, Miguel Ángel Osorio Chong, anunciou que o Governo deu permissão aos familiares para visitar o quartel de Iguala acompanhados por funcionários da Comissão Nacional de Direitos humanos. Para os pais não basta. Vidulfo Rosales, o advogado dos familiares, assinalou que o desejo de seus clientes é entrar em todas as instalações do estado de Guerrero. Uma por uma.
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