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Contas do Twitter de Obama, Biden, Bezos e Gates são invadidas em uma aparente fraude com bitcoins

Perfis de várias personalidades e empresas postam mensagens pedindo o envio de criptomoedas. A rede social afirma que está investigando o “incidente de segurança”

Amanda Mars
A logo do Twitter em um telefone celular, numa imagem de 10 de julho.
A logo do Twitter em um telefone celular, numa imagem de 10 de julho.ALASTAIR PIKE (AFP)
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GRAFCAT9581. BARCELONA, 14/07/2020.- El presidente del Parlament, Roger Torrent, tras realizar una declaración institucional en la que ha afirmado que el espionaje al que, según informaciones periodísticas, fue sometido mediante su teléfono es "impropio de un Estado democrático", y ha anunciado acciones legales, y ha exigido al Gobierno español que "se investigue y se depuren responsabilidades". EFE/Quique Garcia
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As contas do Twitter de alguns dos homens mais ricos do mundo ―Bill Gates, Elon Musk e Jeff Bezos, do ex-presidente Barack Obama, do candidato democrata in pectore Joe Biden e do rapper Kanye West― foram hackeadas na quarta-feira com a aparente intenção de cometer uma fraude com bitcoins. Os perfis publicaram uma mensagem muito semelhante que prometia dobrar o dinheiro se enviassem valores nessas moedas virtuais em um prazo de 30 minutos. O Uber e a Apple fizeram o mesmo pouco depois.

Os dados públicos disponíveis na blockchain indicam que a conta de bitcoins usada para a fraude já havia conseguido arrecadar 100.000 dólares (cerca de 537.000 reais). Depois dessa falha de segurança, as ações do Twitter caíram 4% em sua negociação no mercado fechado. A empresa disse que está investigando o que aconteceu.

Os fenômenos estranhos começaram a ser percebidos às 16h na costa leste dos EUA (17h em Brasília). “Estou me sentindo generoso. Vou dobrar todos os pagamentos enviados para minha conta de bitcoins. Se você enviar 1.000 dólares, te envio 2.000 de volta. Só farei isso durante os próximos 30 minutos”, dizia a mensagem de Elon Musk, dono da Tesla. Sua conta postou mais algumas que depois foram excluídas. O perfil de Bill Gates, fundador da Microsoft, se expressava de maneira semelhante: “Todo mundo me pede para dar algo em troca. Agora é o momento”, e repetia essa troca idílica de dois por um. A conta de Bezos, dono da Amazon, também anunciava sua decisão de “devolver à comunidade” e fixava um limite de 50 milhões de dólares.

Segundo os dados do TrendsMap.com citados pela Bloomberg, a frase “Devolvo à minha comunidade devido à Covid-19” foi tuitada 3.330 vezes em quatro horas. A atividade se concentrou principalmente em Houston e depois pulou para endereços IP de Nova York, Espanha, Londres, Itália, Jacarta e Tóquio. Depois das 19h, a companhia ainda não havia divulgado números sobre quantos usuários poderiam ter sido afetados, mas os seguidores de muitas das celebridades atacadas se contam aos milhões: dos 127 milhões de Obama aos 51 milhões de Bezos, os 30 milhões de Bill Gates ou os três milhões de Mike Bloomberg, cuja conta também foi invadida.

“Estamos cientes do incidente de segurança que afetou contas do Twitter. Estamos investigando e tomando medidas para solucionar o problema. Informaremos as novidades a todos em breve”, afirmou a empresa em uma breve mensagem no Twitter. Minutos depois, advertiu que alguns usuários poderiam “não conseguir tuitar ou redefinir suas senhas enquanto o incidente estiver sendo analisado”. A limitação parecia afetar apenas as contas verificadas, embora a empresa não o tenha especificado.

Este foi o último de vários ataques sofridos na rede social nos últimos anos. Em agosto de 2019, a conta do próprio fundador do Twitter, Jack Dorsey, foi invadida. Os hackers postaram uma série de tuítes racistas e ofensivos que foram apagados logo depois. Dois anos antes, outras contas relevantes foram invadidas para difundir mensagens pró-turcas. No início deste ano, as contas de mais de uma dúzia de times da NFL (liga de futebol americano) foram invadidas pouco antes do Super Bowl, um acontecimento global.

Alguns especialistas destacaram na quarta-feira o alcance do ataque e sua coordenação. “Este parece ser o maior ato de pirataria de uma rede social jamais registrado”, disse Dmitri Alperovitch, cofundador da empresa de segurança cibernética CrowdStrike, à agência Reuters. Alguns tuítes hackeados foram rapidamente removidos, mas algumas evidências indicam que alguns dos afetados tiveram problemas para recuperar o controle de suas contas. No caso do bilionário Elon Musk, depois que uma mensagem pedindo o envio de criptomoedas foi removida, voltaram a aparecer outros tuítes com o mesmo conteúdo.

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