Juiz rejeita a última ação da campanha de Trump

Equipe do presidente norte-americano anunciou um recurso contra a decisão

Apoiadores de Trump se manifestam no sábado diante de um dos edifícios do Governo estadual da Geórgia, em Atlanta.Megan Varner (AFP)

Um juiz federal rejeitou neste sábado a última ação da campanha de Donald Trump na Pensilvânia, deixando o caminho livre para a ratificação dos resultados das eleições neste Estado. Com esta nova derrota nos tribunais, acaba a via mais clara de Trump conseguir invalidar perante a Justiça o resultado das eleições nos Estados em que perdeu de maneira mais apertada para o candidato democrata e presidente eleito, Joe Biden, já que o Estado da Pensilvânia é o que distribui mais votos para o Colégio Eleitoral.

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Em um comunicado assinado pelo principal assessor jurídico do presidente norte-americano, Rudy Giuliani, a campanha de Trump anunciou que recorrerá dessa decisão ao Terceiro Circuito do Tribunal de Apelações, a última instância antes da Suprema Corte. No texto fica claro que chegar à Suprema Corte é o objetivo da equipe jurídica do presidente. Neste órgão, os juízes conservadores têm uma vantagem de seis a três sobre os progressistas, pois Trump escolheu seus últimos três juízes. Amy Coney Barret, a última magistrada a chegar à máxima autoridade judiciária norte-americana, está no cargo há apenas um mês, já que foi escolhida depois da morte da juíza progressista Ruth Bader Ginsburg em outubro.

No caso da Pensilvânia, a equipe do magnata nova-iorquino havia pedido a invalidação de quase sete milhões de cédulas enviadas pelo correio nas principais cidades do Estado, mas o juiz indeferiu a ação por falta de provas. “Seria de se esperar que, ao buscar um veredito tão alarmante, a ação chegasse formidavelmente preparada e cheia de argumentos jurídicos e provas factuais de corrupção galopante, de modo que a Justiça não tivesse outra opção a não ser endossar o que foi proposto, apesar do impacto que teria em um grande grupo de cidadãos, mas isso não aconteceu”, disse o juiz em sua resolução, segundo a CNN. “Em vez disso, foi apresentada a este tribunal [uma ação] com argumentos jurídicos forçados, sem mérito e meras acusações especulativas”, criticou o juiz federal Matthew Brann em sua decisão.

Depois da resolução do tribunal, espera-se que a Pensilvânia ratifique o resultado eleitoral nesta segunda-feira e outorgue seus 20 delegados do Colégio Eleitoral para Biden. A esta derrota se deve acrescentar outra, no Estado de Nevada, onde um grupo ativista conservador também apresentou outra ação judicial para impedir a certificação de votos, que foi rejeitada.

A campanha de Biden publicou um comunicado afirmando que os norte- americanos não permitirão “a tentativa de Trump de desautorizar as eleições que perdeu”.

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