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Superterça: quatro pontos para entender o principal dia das primárias democratas

Com 14 Estados e 1.357 delegados em jogo, este 3 de março é o ‘Dia D’ na disputa interna para os aspirantes a enfrentarem Trump em novembro

Seguidores de Joe Biden em um comício.
Seguidores de Joe Biden em um comício.ELIZABETH FRANTZ (Reuters)
Amanda Mars

A política norte-americana vive neste 3 de março a chamada Superterça, quando 16 Estados ou territórios dos EUA fazem suas primárias democratas, incluindo os dois Estados mais populosos do país, Califórnia e Texas. O resultado pode praticamente selar a longa disputa entre os aspirantes a enfrentarem o republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro. Ao todo, 14 Estados, mais o território de Samoa e os democratas residentes no exterior, escolhem 1.357 delegados, ou 35% do total dos participantes da convenção de junho. Permanecem na disputa Bernie Sanders, Joe Biden, Mike Bloomberg, Elizabeth Warren e Tulsi Gabbard. Estas são as principais chaves do Dia D.

Califórnia, a hora da verdade para Bernie Sanders

Distribui 415 delegados, ou seja, mais do que o dobro de todos os disputados até agora em Iowa, New Hampshire, Nevada e Carolina do Sul. Por isso, uma vitória expressiva na Califórnia pode ser o golpe definitivo do senador esquerdista Bernie Sanders, já líder do processo, para desgosto de boa parte do establishment democrata. Sanders chega a 34% dos votos na média das pesquisas tabuladas pelo site Real Clear Politics, seguido por Biden (18%) e Warren (15%).

Joe Biden, o ressuscitado

O ex-vice-presidente da era Obama, que liderava as pesquisas nacionais até o início das votações, em janeiro, sofreu nos três primeiros rounds das primárias, mas sua vitória no sábado passado na Carolina do Sul (mais de 30 pontos de diferença sobre Bernie Sanders) lhe infundiram ânimo como alternativa moderada ao senador de Vermont. Mas os Estados onde se prevê uma vitória dele (Alabama, Tennessee, Carolina do Norte e Virgínia) não alcançam, somados, os 415 delegados da Califórnia.

A estreia de um bilionário: Mike Bloomberg

O famoso ex-prefeito de Nova York se lançou nesta corrida de forma muito peculiar, esquivando as quatro primeiras disputas e apostando com força (leia-se: meio bilhão de dólares gasto em anúncios, 190 milhões a mais que todos seus rivais juntos) nos 14 Estados (mais Samoa e os democratas no exterior) desta Superterça. O investimento publicitário o tornou onipresente, apesar de ele não ter viajado pelos Estados, como costumam fazer os pré-candidatos, e lhe valeu a terceira posição nas pesquisas de âmbito nacional.

Para onde irão os votos dos desistentes

A desistência de candidatos considerados moderados —ou seja, todos os que se posicionam à direita de Sanders e da senadora Elizabeth Warren— pode favorecer uma alternativa sólida ao senador de Vermont nesse setor ideológico, mas não está claro quem vai se nutrir dos votos liberados por Pete Buttigieg, Amy Klobuchar e Tom Steyer, que desistiram recentemente da disputa. Os seguidores de Buttigieg —o mais relevante, porque abandonou a disputa quando estava na terceira posição— citam Sanders ou Biden como suas opções preferidas, dependendo da pesquisa. Se seus apoios forem distribuídos entre vários candidatos, o prejudicado será o senador esquerdista, já que os competidores que se encontravam no limite podem alcançar com esse pequeno empurrão o piso (15% dos votos nas primárias) exigido para a atribuição de pelo menos um delegado.

No momento de maior diversidade da história na política norte-americana –—quanto a raça, idade, gênero e orientação sexual—, a disputa pela presidência acabou sendo dominada por quatro homens brancos septuagenários: os aspirantes que lideram as primárias democratas —Bernie Sanders (78 anos), Joe Biden (77) e o bilionário Mike Bloomberg (78)— e o atual inquilino da Casa Branca, Donald Trump (73).

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