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A história de Lilibet, nome escolhido por Harry e Meghan e que Elizabeth II inventou quando criança

Nome é um diminutivo de Elizabeth. Uma alcunha que a rainha usava principalmente na juventude e no âmbito familiar e pela qual seu marido, o príncipe Philip, a chamava

Elizabeth II, o príncipe Harry e Meghan Markle, em uma cerimônia de entrega de prêmios no palácio de Buckingham, em junho de 2018.
Elizabeth II, o príncipe Harry e Meghan Markle, em uma cerimônia de entrega de prêmios no palácio de Buckingham, em junho de 2018.John Stillwell (Cordon Press)
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LONDON,  UNITED KINGDOM - JULY 1O:   Prince Charles, Prince of Wales, Camilla, Duchess of Cornwall, Queen Elizabeth ll, Meghan, Duchess of Sussex, Prince Harry, Duke of Sussex, Prince William, Duke of Cambridge, Catherine, Duchess of Cambridge and Princess Anne, Princess Royal stand on the balcony of Buckingham Palace to view a flypast to mark the centenary of the Royal Air Force (RAF)  on July 10, 2018 in London, England. (Photo by Anwar Hussein/WireImage)
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“É com grande alegria que o príncipe Harry e Meghan, duques de Sussex, dão as boas-vindas ao mundo à sua filha, Lilibet Lily Diana Mountbatten-Windsor” Com essas palavras se anunciou na tarde deste domingo o nascimento da segunda filha de Harry e de Meghan Markle, quinta neta do príncipe Charles, 11ª bisneta de Elizabeth II e oitava na linha de sucessão ao trono britânico. Além de informar os três quilos e meio da pequena e que nascera em um hospital de Santa Bárbara (a cidade californiana onde os duques vivem há aproximadamente um ano), o que mais chamou a atenção foi seu nome, aliás, seus nomes. O segundo, Diana, era mais esperado, mas o primeiro, Lilibet, foi surpreendente.

Lilibet é, na verdade, um diminutivo de Elizabeth, e é o nome usado de forma afetuosa e íntima pela família real para se dirigir à soberana britânica, Elizabeth II. O nome vem da infância da então princesa, quando nem mesmo era herdeira do trono (que seria passado para o irmão mais velho de seu pai quando ele se tornasse Eduardo VIII). Quando criança, a menina não sabia pronunciar bem a palavra Elizabeth, então passou a se chamar de “Lilibet”, algo que na família achavam simpático. É por isso que seu avô, o rei George V, começou a chamá-la assim carinhosamente e, como acontece em tantas famílias, no final o apelido pegou. De fato, durante sua adolescência e juventude, a então princesa costumava rubricar suas cartas e documentos pessoais com o nome de Lilibet, e não de Elizabeth. Agora ela as assina como “Elizabeth R”, com o R de regina —rainha em latim.

Nem os filhos nem os netos chamam Elizabeth II de Lilibet, e poucos o fazem em seu entorno, em que em sua maioria se dirigem a soberana como “Sua Majestade” ou o mais eficiente “Madam”, senhora. Quem chamava a rainha dessa forma eram os seus pais, George VI e a rainha-mãe, e sua irmã, Margaret, uma geração que já desapareceu. E quem também usava o Lilibet era seu marido, príncipe Philip, falecido no dia 9 de abril. Ele foi o último a se referir a ela diretamente assim, como Lilibet. De acordo com alguns tabloides britânicos, o cartão que acompanhava as flores que a rainha colocou no caixão do marido em seu funeral era assinado com “Lilibet”.

No entanto, existem alguns parentes próximos, sobretudo pertencentes à aristocracia britânica ou outras famílias reais, que também se referem à monarca com esse apelido em ocasiões muito específicas. Após a morte do duque de Edimburgo, os reis da Espanha enviaram à rainha um telegrama no qual a chamavam de “querida tia Lilibet”. No entanto, as famílias reais espanhola e britânica são parentes distantes e parece mais uma forma afetuosa de se dirigir a ela em um momento de luto do que um costume.

O fato de Harry e Meghan Markle escolherem esse nome pode ser visto como uma oferta de paz ao seu ramo britânico, por sua homenagem à matriarca, mas também como uma grande provocação para a família e para ela mesma. Porque isso acontece depois de uma longa temporada de confissões pessoais que se transformou em ataques aos Windsors. Uma onda que começou principalmente com a entrevista de ambos a Oprah Winfrey em março, quando disseram que haviam deixado o seio da família real britânica “em grande parte por causa do racismo” que sentiam contra Markle e seu filho Archie. Embora tenham eximido de culpa a rainha Elizabeth — Harry garantiu que mantinha uma relação fluida e amorosa com a avó—, há meses eles vêm colocando a instituição contra as cordas.

Além disso, há também o nome de Diana, uma clara homenagem à mãe de Harry. Não é a primeira neta da falecida princesa a ter esse nome. Charlotte de Cambridge, filha do meio e única menina do príncipe William e Kate, também leva os nomes de Elizabeth e Diana. Esse nascimento, em 2015, foi comemorado com 41 disparos de canhão no Hyde Park e 62 na Torre de Londres. Algo que não aconteceu no caso da filha dos duques de Sussex, que não tem o título de princesa. Como demonstraram em seu comunicado, os duques chamarão sua filha de Lily, ou seja, com o diminutivo do diminutivo. Lily é um nome muito comum nos países anglo-saxões e significa lírio.

Há dois anos, com a chegada de Archie ao mundo, o casal também surpreendeu. A escolha do nome do menino parecia um diminutivo de um clássico como Archibald, mas depois se disse que era uma homenagem a um oficial do exército que esteve com Harry no Afeganistão. Um ano depois do nascimento da criança, o casal lançou sua fundação e então ficou claro o motivo do nome. O projeto chama-se Archewell e, como eles mesmos contaram em abril de 2020, esse nome vem do termo grego arché: fonte de ação, princípio do universo, força motriz. O mesmo que os inspirou a lhe dar o nome de Archie Harrison Mountbatten-Windsor.

Antes de criar a Archewell, os duques usavam o nome Sussex Royal em suas redes e em seus atos de filantropia, mas decidiram parar de se chamar assim para não usar o termo royal, por terem deixado de fazer parte da família real. “Antes mesmo do Sussex Royal já existia a ideia do arché”, reconheceram eles mesmos nessa denominação. “Conectamos esse conceito à instituição de caridade que ansiamos construir um dia, e ele se tornou a inspiração para o nome do nosso filho”, explicaram há pouco mais de um ano.

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