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Redskins estudam mudança de nome depois de décadas de polêmica com os nativos americanos

Patrocinadores e torcedores do time de futebol americano consideram o nome atual ofensivo e pressionam por um novo

Antonia Laborde
Torcedores dos Redskins de Washington no estádio de Green Bay, Wisconsin.
Torcedores dos Redskins de Washington no estádio de Green Bay, Wisconsin.STACY REVERE (AFP)

Daniel Snyder, dono dos Redskins —peles-vermelhas na tradução literal— de Washington, disse em uma entrevista em 2013 que “nunca” mudaria o nome do time de futebol americano, considerado por muitos como ofensivo aos nativos que viviam em território norte-americano antes da colônia. “Podem colocar em letras maiúsculas se quiserem”, enfatizou Snyder. Sete anos depois, e em meio à maior onda de protestos raciais em meio século nos Estados Unidos, a opinião do dono dos Redskins é diferente. Pressionado pelos patrocinadores como Nike e FedEx, a equipe informou na sexta-feira que passará por uma “revisão exaustiva” do nome, em resposta aos “eventos recentes” que ocorreram no país e aos comentários que sua comunidade lhe fez chegar.

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Ao longo de sua história, a equipe mudou a letra de seu hino devido às críticas e, nas últimas décadas, as líderes de torcida dos Redskins deixaram de usar penas nos cabelos e imitar a dança da chuva quando a equipe marca um touchdown. A FedEx, empresa internacional de transporte expresso que detém os direitos sobre o nome do estádio da equipe por um acordo de 205 milhões de dólares (cerca de 1,089 bilhão de reais) até 2025, pediu na quinta-feira à equipe que mudasse de nome. Na sexta-feira, a Pepsi, outro patrocinador, fez o mesmo. “Acreditamos que é hora de uma mudança. Temos o prazer de ver os passos que a equipe anunciou hoje e esperamos continuar a parceria”, disse um porta-voz da empresa em um comunicado.

Líderes nativos americanos levaram o caso até os tribunais, mas até agora não conseguiram atingir o objetivo de fazer com que os Redskins mudassem o nome que usam desde 1933. Até Barack Obama, quando era presidente dos Estados Unidos, defendeu que o nome fosse alterado para considerá-lo ofensivo. Em 2014, o The Washington Post deixou de usar a palavra Redskin em seus editoriais para se referir à equipe. “É um insulto. Você não diria pele-vermelha na cara de ninguém”, explicou o jornal na ocasião.

O treinador da equipe, Ron Rivera, que é descendente de porto-riquenhos e mexicanos, afirmou que isso é uma questão de “importância pessoal” para ele. “Espero trabalhar em estreita colaboração com Dan Snyder para garantir que continuemos a missão de honrar e apoiar os nativos americanos e nossos militares”, disse Rivera em um comunicado. “Nas últimas semanas tivemos várias conversas com Dan e apoiamos esse passo importante”, disse Roger Goodell, presidente da NFL, a liga profissional de futebol americano.

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