Bolsa brasileira suspende operações pela segunda vez na semana e Wall Street tem queda mais rápida da história
Ibovespa tem mais um dia negativo e fecha com queda de 7,64% após OMS declarar pandemia global. Dólar avança e encerra a 4,72 reais. Dow Jones cai 20% abaixo do seu pico recente e entra no chamado ‘bear market’
A Bolsa brasileira voltou a acionar o mecanismo de circuit breaker —quando as negociações são interrompidas por 30 minutos— na tarde desta quarta-feira após o Ibovespa cair mais de 10%. O tombo do principal índice de ações do mercado brasileiro aconteceu após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar pandemia global de coronavírus. Ao reabrir, o Ibovespa continuou operando em queda e fechou o dia com um recuo de 7,64%, aos 85.171 pontos. Wall Street também passou por outro dia turbulento nesta quarta-feira, com quedas graves nos principais índices diante da disseminação da doença. O Dow Jones recuou 5,9%, e entrou em território de bear market, o termo usado quando o mercado passa por uma onda de pessimismo, possui uma expectativa geral de quedas no preço dos ativos e cai 20% abaixo do seu recorde recente. O tombo do S&P 500 foi de 4,5% e o do Nasdaq, 4,7%, os dois índices estão com quedas de cerca de 19% desde o último pico.
A ansiedade dos investidores cresce a medida que o vírus também mostra força para se alastrar no Brasil. O circuit breaker no Brasil já havia sido acionado na última segunda-feira (9), quando a queda do Ibovespa atingiu 10,02% com as notícias de disputa da produção de petróleo entre a Arábia Saudita e a Rússia que causou nervosismo no mundo todo. Nesse dia, a Bolsa brasileira fechou o dia em baixa de 12,17%. O circuit breaker é um procedimento acionado somente em momentos atípicos de mercado, de forte queda de preços. Nesta manhã, a equipe econômica do ministro Paulo Guedes cortou sua projeção de crescimento do PIB brasileiro deste ano de 2,40% para 2,10%, reconhecendo os impactos do coronavírus sobre a atividade econômica.
Na terça-feira, a Bolsa ensaiou uma recuperação e fechou no azul, avançando 7,14%. O respiro, no entanto, durou pouco e os mercados globais voltaram a ter perdas nesta quarta-feira. Nos Estados Unidos, a entrada do Dow Jones no bear market implica o reconhecimento dos investidores de que a desconfiança dos mercados persistirá. A última vez que os mercados entraram nesse território foi durante a crise financeira de 2008 há mais de dez anos. Mas, desta vez, o Dow Jones levou menos de 20 sessões para cair 20% do seu pico, um recorde histórico. Só em 1929 uma queda ao bear market teve uma rapidez semelhante a essa. Mesmo assim, naquela época foram necessárias 36 sessões.
De acordo com a OMS, o número de casos de coronavírus, mortes e países afetados deve escalar nos próximos dias e semanas. Diante do temor dos impactos da doença e do nervosismo do mercado, o dólar avançou 1,61% e fechou cotado a 4,721 reais. Mais cedo, a Arábia Saudita afirmou que planeja expandir ainda mais a capacidade de produção de petróleo, impactando no preço da commodity e derrubando as ações da Petrobras, que despencaram 10,42%, vendidas a 15,73, e exerceram forte pressão negativa sobre o Ibovespa.
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