Marina Rossi: “O leitor me ensinou a buscar mais que a simples notícia. Ele quer análise, boas discussões”

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A repórter Marina Rossi viveu como poucos a mudança da pandemia. Além de abreviar a convivência com amigos e colegas da redação do EL PAÍS, ela viveu a gravidez de seu primeiro filho durante o confinamento de 2020. “A gente é brasileiro, gosta de abraçar, de beijar. Eu tive um filho e não fui abraçada pela minha mãe [durante a gestação], ela não me viu grávida”, comenta ela, formada em Jornalismo, com pós em Direitos Humanos. Em sua vida, porém, há pouco espaço para lamúrias e sobra a saudade de ir para a rua ouvir histórias.

Rossi ingressou no EL PAÍS em setembro de 2013, e nos últimos anos foi a vários pontos do Brasil para relatar as distintas realidades do país. Na Amazônia, relatou a ação predatória de madeireiros em território indígena. No Nordeste, ficou seis meses para cobrir as eleições de 2018. De São Paulo a Estocolmo, seguiu a trilha das mulheres nas ruas que foram protestar por seus direitos. “Tenho orgulho de ter feito reportagens importantes tanto para minha carreira como para o jornal”, diz ela.

Uma das mais recentes mostrou a ação do Exército na ação do Governo para produzir cloroquina, alinhado com o projeto do Governo Bolsonaro de usar o medicamento — sem eficácia — contra a covid-19. “A gente descobriu que o Exército estava produzindo uma quantidade absurda de cloroquina a um preço alto durante a pandemia”, lembra Rossi. Em seu dia a dia, diz aprender com o jornal, mas principalmente com os exigentes leitores. “O leitor do EL PAÍS me ensina que não quer só a notícia. Ele quer bons personagens, boas imagens, boas análises e discussões sobre o assunto.”

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