Lava Jato mira ex-presidente da Braskem em investigação sobre propinas a ex-ministros do PT
A 63ª fase da operação aprofunda investigação sobre compra de Medidas Provisórias. por parte da Odebrecht
A Lava Jato realizou na manhã desta quarta-feira a 63ª fase da Operação, chamada de Carbonara Chimica. Agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão e prisão temporária na Bahia e em São Paulo. O objetivo da ação é investigar pagamentos irregulares da Odebrecht a dois ex-ministros de Estado —Antonio Palocci e Guido Mantega. Um dos alvos é Bernardo Gradin, ex-presidente da Braskem, braço petroquímico da Odebrecht que conta com participação da Petrobras. Mauricio Ferro, ex-executivo da empreiteira, e o advogado Nilton Serson também estão na mira da operação, que apura os crimes de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro.
De acordo com o Ministério Público Federal no Paraná, o pagamento das propinas —que pode ter chegado a 50 milhões de reais— foi feito para garantir a aprovação de duas Medidas Provisórias (470 e 472). Elas “concederam o direito de pagamento dos débitos fiscais do imposto sobre produtos industrializados (IPI) com a utilização de prejuízos fiscais de exercícios anteriores”, e teriam beneficiado a Odebrecht. A 63ª fase da Lava Jato busca detalhar estas operações.
A Justiça determinou também o bloqueio de 555 milhões de reais dos acusados. Além de Palocci e Mantega, Ferro e Gradin já são réus em outra ação penal que apura o pagamento em troca da aprovação de MPs. Em função do acordo de leniência firmado pela Braskem com o MPF, a empresa ofereceu “farto material probatório”, segundo os procuradores, o que abriu novas frentes para a investigação: os investigadores acreditam agora que parte do dinheiro teria sido entregue a um casal de publicitários para esconder a origem ilícita dos recursos. Um escritório de advocacia também estaria envolvido no esquema.
As transações teriam sido feitas via o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, também conhecido como o setor de propinas da empreiteira. Contra Ferro pesa ainda a suspeita de ter tentado impedir o acesso do MPF às bases de dados do sistema My Web Day, utilizado por funcionários da empresa para registrar e efetuar os pagamentos irregulares.
Palocci, que fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, foi preso em setembro de 2016, e condenado a mais de 12 anos de prisão pelo então juiz Sérgio Moro.
O EL PAÍS não conseguiu localizar os advogados dos alvos da ação.
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