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NASA abrirá a Estação Espacial Internacional para turistas em 2020

Com essa iniciativa, dirigida a empresas, a agência busca financiamento extra

Da esquerda para a direita, Jeff DeWit, Robyn Gatens e o delegado da NASA para exploração humana, Bill Gerstenmaier, nesta sexta-feira em Nova York.
Da esquerda para a direita, Jeff DeWit, Robyn Gatens e o delegado da NASA para exploração humana, Bill Gerstenmaier, nesta sexta-feira em Nova York.Drew Angerer (AFP)
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A Estação Espacial Internacional se abre para o setor privado. A NASA apresentou nesta sexta-feira o plano para a utilização comercial do laboratório. As empresas poderão incorporar módulos à estrutura em um futuro não muito distante e enviar turistas ao espaço utilizando veículos da SpaceX ou da Boeing. As receitas geradas com essa atividade serão utilizadas para apoiar outras missões, como o retorno à Lua e a primeira viagem espacial humana para Marte.

O anúncio foi feito na sede da Nasdaq, o mercado de ações no qual estão listadas as grandes empresas de tecnologia. Não é a primeira vez que a NASA pensa em abrir a estação espacial a empresas privadas para que estas explorem novos mercados. A transição para o novo modelo ainda deverá levar pelo menos dois anos para começar. Antes de definir datas, os responsáveis pela agência espacial dos EUA querem saber com maior precisão qual é a demanda.

O objetivo, explicam os responsáveis pela NASA, é acelerar o processo de inovação para desenvolver a nova economia na órbita baixa da Terra. É algo semelhante ao que Jeff Bezos pretende fazer com a Blue Origin. As empresas que optem por essa nova atividade comercial deverão cumprir uma série de requisitos. Um deles é o de que sejam norte-americanas, embora possam enviar astronautas de outras nacionalidades.

A NASA permitirá que a estação espacial seja usada para missões turísticas a partir de 2020. Os turistas espaciais poderão ficar em órbita por até 30 dias. O custo da estadia será de 35.000 dólares (135.000 reais) por noite, mas essa quantia não inclui o transporte nem o treinamento prévio necessário para poder viajar para o espaço. Cada viagem tem o custo estimado de 50 milhões de dólares (193 milhões de reais).

A viagem custará 35.000 dólares (135.000 reais) por noite e por astronauta

A SpaceX e Boeing ainda estão desenvolvendo suas cápsulas para humanos, a Crew Dragon e a Starliner, respectivamente. A ideia é começar com duas viagens privadas por ano, afirmou a diretora da NASA Robyn Gatens. Até 12 turistas-astronautas poderão visitar a Estação Espacial Internacional por ano, segundo o plano anunciado. Paralelamente, a agência espacial quer estabelecer um ecossistema de módulos que permitam produzir e fazer experiências no espaço.

A NASA iniciará agora o processo de consultas com os potenciais interessados. O plano para o uso comercial da Estação Espacial Internacional foi anunciado no ano do 50º aniversário da missão Apolo, que levou a primeiro homem à Lua. A NASA depende cada vez mais de empresas privadas para seu financiamento. Jeff DeWit, o diretor financeiro da agência, explicou que dessa maneira o custo das operações será reduzido, e o que for economizado será destinado a outras missões.

DeWit deixou claro que a NASA não busca ser lucrativa, e sim obter os recursos necessários para continuar explorando o espaço. O presidente dos EUA, Donald Trump, está apostando com força na privatização da exploração espacial. A ideia de dar a ela um uso comercial não é nova: já era estudada por outros Governos norte-americanos havia três décadas. Mas até agora nenhuma empresa tinha manifestado interesse em assumir uma parte da gestão da estação espacial.

A Estação Espacial Internacional não pertence exclusivamente à NASA. O projeto foi iniciado em conjunto com a Rússia em 1998, e outros países também participam e enviam astronautas. Mas os Estados Unidos possuem e controlam a maioria dos módulos em operação neste momento. Os futuros turistas espaciais não serão os primeiros, já que o empresário norte-americano Dennis Tito esteve na estação em 2001, depois de pagar cerca de 20 milhões de dólares (77 milhões de reais) à Rússia.

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