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6,3 milhões, o exército mundial de revendedoras da união entre Natura e Avon

Empresa brasileira controlará 76% da companhia resultante. Serão 3.200 lojas em todo o mundo

María Fernández
Sede de Avon em Nova York.
Sede de Avon em Nova York.Reuters

A companhia de cosméticos brasileira Natura anunciou a compra da mítica marca norte-americana de venda direta Avon, uma operação que combinará um faturamento global de 10 bilhões de dólares (40,5 bilhões de reais) para criar “o quarto maior grupo puramente de beleza do mundo”. Juntas, as duas marcas terão 3.200 lojas e 6,3 milhões de vendedoras (autônomas) da Avon e Natura, com presença em 100 países, além de 40.000 funcionários próprios. Em 2017, a empresa brasileira já havia adquirido a marca The Body Shop.

“A inclusão da Avon em uma carteira que já inclui Natura, The Body Shop e Aesop amplia a capacidade da Natura de atender seus diferentes perfis de clientes”, afirmou a empresa em nota. A compra poderá gerar uma economia de 150 a 250 milhões de dólares por ano, “do qual uma parte será reaplicada para melhorar a presença nos canais digitais, a pesquisa e desenvolvimento, as iniciativas de marca e a expansão geográfica”.

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Para completar a transação, será criada uma nova empresa no Brasil, a Natura Holding, e com a equação de troca os atuais acionistas da Natura serão donos de 76% da companhia combinada, enquanto os acionistas da Avon ficarão com aproximadamente 24%. Isso significa que a Avon foi avaliada em 3,7 bilhões de dólares. “Sobre a base do preço de fechamento não influenciado por rumores da Natura, em 21 de março de 2019, um dia antes da data em que foram confirmadas oficialmente as negociações, a transação representa um prêmio de 28% para os acionistas da Avon e implica um múltiplo de 9,5 vezes o EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações], ou de 5,6 vezes, assumindo o impacto total das sinergias esperadas”, afirma a companhia. O grupo combinado teria um valor de 11 bilhões de dólares segundo os preços da terça-feira passada.

Roberto Marques, presidente-executivo da Natura, recordou que depois das compras da Aesop em 2013 e da The Body Shop (da L’Oreal) em 2017, “a Natura está dando outro grande passo, decisivo, para criar um grupo global, multimarca e multicanal”. A Natura, maior empresa brasileira de cosméticos, foi fundada em 1969, em São Paulo, por Luiz Seabra. Nos últimos anos, o grupo vem tentando diversificar seus canais de venda e se expandir no mercado internacional.

Jan Zijderveld, executivo-chefe da Avon, qualificou a fusão como “o começo de um novo capítulo” depois de 130 anos de existência da empresa norte-americana. Nos últimos exercícios, seu faturamento não parou de cair, ficando em 5,57 bilhões de dólares (22,6 bilhões de reais) em 2018. Nos últimos cinco balanços anuais, quatro apontavam prejuízo. Na Europa, com um centro de produção na Polônia que atende todo o continente, suas vendas beiram 1,8 bilhão de dólares. Por isso, a Avon vinha tentando mudar sua estratégia, priorizando o canal on-line, o qual agora deverá ser reforçado. “Junto com a Natura, teremos acesso a mais inovação e a uma carteira de produtos, uma plataforma digital e de comércio eletrônico mais sólida”. O acordo foi aprovado por 50,5% do capital social da Natura, com o respaldo da HoldCo, e da Cleveland Apple Investor por parte da Avon.

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