25 fotosAquecimento globalAs mil e uma vidas dos habitantes do HimalaiaCerca de duas bilhões de pessoas dependem de rios alimentados pelas geleiras da região que correm risco de desaparecer com a mudança climática 05 fev. 2019 - 20:45BRTWhatsappFacebookTwitterBlueskyLinkedinLink de cópiaNa região Hindu Kush, onde fica a cordilheira do Himalaia, vivem 240 milhões de pessoas e outros 1,65 bilhões vivem nos vales. Um novo estudo feito por mais de 200 especialistas diz que a mudança climática ameaça seriamente toda essa população, um quarto da população humana na Terra. Nesta fotogaleria apresentamos algumas das diferentes comunidades e culturas que povoam esta zona do mundo. Na imagem, um grupo de garotos jovens viaja de ônibus pelas montanhas do vale de Bargot, no Paquistão.Alex Treadway (ICIMOV)Um lenhador posa durante uma coleta de madeira em Kalasha (Paquistão). A região do Hindu Kush Himalaia percorre oito países asiáticos ao longo de 3.500 quilômetros: Afeganistão, Bangladesh, Butão, China, Índia, Mianmar, Nepal e Paquistão. O relatório que acaba de ser publicado foi elaborado pelo Centro Internacional para o Desenvolvimento Integral das Montanhas (Icimod), uma instituição que serve a estes oito Estados para ajudar a compreender as mudanças climáticas e se adaptar a elas.Alex Treadway (ICIMOV)O estudo mostra como o aquecimento global afeta essa zona do mundo, conhecida como 'terceiro polo', já que abriga a maior quantidade de massa de gelo depois da Antártida e do Ártico. As conclusões são preocupantes: parte dos depósitos de gelo do 'terceiro polo' vão derreter mesmo que o Acordo do Clima de Paris, de 2015, seja cumprido e a temperatura média global não ultrapasse os 2 ºC.Alex Treadway (ICIMOV)As mulheres de Uttaranchal, na Índia, dedicam muito tempo na retirada de madeira. Os Acordos de Paris foram assinados por quase 200 países. Apresenta múltiplos objetivos, mas o mais ambicioso é que o mundo consiga limitar o aumento da temperatura média global a 2 graus com respeito aos níveis pré-industriais, e preferivelmente 1,5, para evitar que continue o derretimento dos polos, o aumento do nível do mar e o incremento dos fenômenos climáticos extremos.Alex Treadway (ICIMOV)Uma agricultora amontona feno em Xishuangbanna (Chinesa). Mesmo que a temperatura não aumente em 2 graus, locais como o Hindu Kush Himalaia seguirão em perigo. Esta região alberga mais de 50.000 geleiras e os picos mais elevados do mundo, como o Evereste e o K2.Alex Treadway (ICIMOV)A colheita de arroz, em Paro (Butão). O relatório prevê que um aumento de 2 °C na temperatura média global significará um aumento de 2,7 graus nessa região do Himalaia. Metade de suas geleiras se derreterão. Caso a temperatura da Terra suba apenas 1,5°C, o acréscimo será de 2,1°C na cordilheira e um terço de sua massa de gelo desaparecerá.Alex Treadway (ICIMOV)Uma mulher trabalha no campo, em Putao (Mianmar). Em consequência do derretimento das geleiras da cordilheira do Himalaia, os principais rios da Ásia como o Ganges, o Mekong, o Brahmaputra e o Indo se desestabilizarão, afetando essa quarta parte da humanidade que habita a região e depende deles.Alex Treadway (ICIMOV)As crianças com frequência têm que ajudar nas tarefas agrícolas, como em Karnali (Nepal). Os gases do efeito estufa são os grandes responsáveis pelo aquecimento global e, além disso, seu impacto se exacerba pela poluição do ar na cordilheira do Himalaia, uma das mais contaminadas do mundo. O carbono negro e o pó se conservam nas geleiras e aceleram seu desaparecimento, assim como a mudança de circulação das monções e a distribuição das precipitações na Ásia. Isso tem consequências: quando as massas de gelo se derretem, a água desemboca em lagos e rios cujo volume aumenta, algo que pode provocar inundações e a destruição de cultivos e zonas povoadas.Alex Treadway (ICIMOV)Retrato de um jovem em Pindaya (Mianmar). A região de Hindu Kush Himalaia formou-se há 70 milhões de anos. Só a partir da década de setenta começou-se a observar uma diminuição de suas massas de gelo. Cerca de 14% dos depósitos de gelo do 'terceiro polo' já foram perdidos.Alex Treadway (ICIMOD)Pesca no lago Kaptai, em Chittagong (Bangladesh). No pior dos cenários, em que não se consiga conter o aquecimento global, o estudo adverte que o nível de emissões atual conduziria a um aumento de até cinco graus nas montanhas e uma perda de dois terços de suas geleiras até 2100.Alex Treadway (ICIMOD)Campos de arroz, em Rangamati (Bangladesh). Grande parte da agricultura em países como este dependem das águas da região do Himalaia.Alex Treadway (ICIMOD)Um grupo de homens compra bananas num mercado flutuante de Rangamati (Bangladesh). A região do Hindu Kush Himalaia é geologicamente frágil, com montanhas jovens que são vulneráveis à erosão e deslizamentos de terra inclusive sem interferência humana. A região está experimentando uma transformação rápida por causa da mudança climática, dos desastres naturais, do crescimento econômico, da globalização, do desenvolvimento de infraestruturas, da migração e da mudança de uso da terra. Estas mudanças estão tendo já importantes consequências, não só para as pessoas que vivem na região como também a nível mundial.Alex Treadway (ICIMOD)Retrato de uma camponesa jovem de Bandarban (Bangladesh). As temperaturas nos oceanos variam mais devagar que na terra ou nas zonas altas das montanhas, segundo o estudo.Alex Treadway (ICIMOD)Colheita de trigo no vale de Panjshir (Afeganistão). "Estamos encontrando nas montanhas o que chamamos 'elevation-dependent warming' [aquecimento previsto segundo a elevação]", explica o diretor do estudo, Phillipus Wester. Este fenômeno, sobre o qual há numerosos estudos mas poucas conclusões, implica que, à medida que há mais altitude, aumenta mais a temperatura.Alex Treadway (ICIMOD)Cultivo de hortaliças na orla do lago Indawgyi, no Estado de Kachin (Mianmar). O relatório ressalta que estas mudanças afetarão mais às pessoas com menos recursos da região. Dos 250 milhões de habitantes que vivem nas montanhas, aproximadamente um terço subsiste com menos de 1,9 dólares ao dia. Cerca de 30% de toda a população não tem o suficiente para comer, e ao redor de 50% padece de algum tipo de desnutrição. As crianças e as mulheres são os mais afetados.Alex Treadway (ICIMOV)Colheita de trigo em Shahr-e-Zarok (Afeganistão). O Hindu Kush Himalaia poderia reverter a situação de miséria de grande parte de seus habitantes. Graças a seu potencial hidrelétrico, de uns 500 gigawatts, segundo o estudo, suficiente para fornecer energia a 500 milhões de lares da região.Alex Treadway (ICIMOD)Grupo de granjeiros em Shaspol, província de Bamiyan (Afeganistão). Mais de 80% da população rural ainda depende de combustíveis tradicionais para cozinhar, como a lenha ou o carvão, e outras 400 milhões de pessoas dos oito países da região carecem de acesso a eletricidade.Alex Treadway (ICIMOD)Uma idosa matriarca de Ladakh, na Índia. Até hoje, as medidas para melhorar o fornecimento de energia tiveram resultados pouco satisfatórios.Alex Treadway (ICIMOD)Uma camponesa observa seus campos de trigo em Leh, Índia. O estudo abordou exaustivamente diferentes aspectos da região: desde o turismo à criação de emprego, desde os direitos das mulheres até a biodiversidade, a agricultura ou o uso da energia.Alex Treadway (ICIMOD)Mapeamento de recursos com residentes locais, em Mahakali (Nepal). Os especialistas realizaram inúmeras recomendações dirigidas à comunidade internacional, empresas, instituições, sociedade civil e resto de atores implicados no cuidado do meio ambiente e do clima no planeta.Jitendra Bajracharya (ICIMOD)A criação de animais é um aspecto importante da frágil economia da região. Significa um capítulo fundamental da segurança alimentar e os rendimentos que recebem os habitantes das montanhas. Na imagem, uma mulher cuida de um rebanho de cabras em Darchula (Nepal).Jitendra Bajracharya (ICIMOD)As zonas úmidas, como esta da Índia, são um ativo extremamente importante e em perigo para a região. A proteção ambiental desta região exige uma primeira e urgente medida a tomar: limitar as emissões de gases de efeito estufa.Jitendra Bajracharya (ICIMOD)Uma mulher de Darchula (Nepal) se prepara para a colheita de yarsagumba, um cultivo que é uma importante fonte de renda para muitos habitantes da região do Himalaia.Jitendra Bajracharya (ICIMOD)O empoderamento das mulheres e as questões de gênero são parte integral do desenvolvimento social ao longo prazo da região. Na imagem, uma camponesa de Gaighat (Nepal).Jitendra Bajracharya (ICIMOD)Uma mulher usa uma bomba de irrigação que funciona com energia solar em Saptari (Nepal). Em todo mundo, 40% dos gases de efeito estufa vem de 8.000 centrais elétricas que funcionam com combustíveis fósseis. Por outro lado, devemos aumentar o uso das tecnologias de captura e armazenamento de carbono, um método utilizado para capturar emissões de CO2. Existe uma diversidade de opiniões sobre sua eficácia.Jitendra Bajracharya (ICIMOD)