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Democratas recuperam a Câmara de Representantes e enfraquecem Trump

Onda de insatisfação com o presidente impregna as urnas, mas os republicanos conseguem manter o controle do Senado

Apoiadoras da democrata Nancy Pelosi comemoram vitória
Apoiadoras da democrata Nancy Pelosi comemoram vitóriaERIK S. LESSER (EFE)
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Estados Unidos julgam a era Trump em eleições legislativas cruciais

O Partido Democrata recuperou nesta terça-feira o controle da Câmara de Representantes (deputados) dos Estados Unidos, após oito anos de maioria republicana, e deixou o presidente Donald Trump enfraquecido no que resta do seu mandato. Não conseguiu, porém, impor-lhe um golpe letal, que seria a vitória também no Senado, que permaneceu nas mãos dos conservadores. Abre-se agora uma etapa de incerteza, em que controvertidos sonhos trumpistas, como liquidar a reforma sanitária de Barack Obama e levantar um muro com o México para frear a imigração, ficam feridos de morte. O descontentamento com o presidente, um dos governantes mais impopulares e divisores da história recente, mobilizou o eleitorado progressista, num pleito legislativo marcado pela alta participação e pelo reflexo de um novo tempo. Os norte-americanos escolheram um Congresso com mais mulheres e mais diversidade racial e religiosa que nunca.

A conquista da Câmara Baixa por parte dos democratas move as placas tectônicas em Washington. O presidente até agora despachava na Casa Branca com a tranquilidade de que, no outro lado da avenida Pensilvânia, também reinavam os seus. Mas a mudança de maioria acarreta muitos problemas para o republicano. Os democratas poderão bloquear a aprovação de leis, já que elas exigem o aval de ambas as partes do Capitólio, e impulsionar seus próprios projetos legislativos, que no entanto tenderão a esbarrar também no muro republicano do Senado. A oposição a Trump dispõe ainda dos votos necessários para iniciar investigações sobre o presidente e seus negócios, e inclusive promover um processo de impeachment – que dificilmente prosperaria, pois precisaria de dois terços dos votos dos senadores.


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