Datafolha: Haddad sobe e diferença para Bolsonaro cai cinco pontos nos votos totais
Nos votos totais, deputado tem 48% contra 38% de petista. Há 6% de indecisos e 8% de brancos e nulos. Nos votos válidos, placar é 56% X 44%
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 25 de outubro, trouxe algum ânimo para o petista Fernando Haddad, que cresceu três pontos percentuais e diminuiu a diferença para o franco favorito Jair Bolsonaro (PSL). O candidato de extrema direita marca 48% (contra 50% há uma semana), ante 38% do petista (eram 35%): a diferença entre eles caiu 5 pontos percentuais, o que deve servir à campanha petista para animar seus apoiadores a tentar convencer indecisos (6%) e eleitores que dizem que irão votar branco ou nulo (8%). A três dias do segundo turno, o placar nos votos válidos está em 56% para Bolsonaro contra 44% de Haddad (redução de seis pontos percentuais).
O instituto entrevistou 9.173 eleitores em 341 cidades nestas quarta e quinta-feira para este levantamento, com margem de erro de dois pontos. Os números de Datafolha não são idênticos aos do Ibope de terça-feira, mas vão na mesma direção. Bolsonaro exibe uma tendência negativa. Os números mais recentes do instituto ligado à Folha são ainda melhores para Haddad, porque mostram o avanço de três pontos em uma semana. A rejeição do petista também oscilou para baixo (é 52% agora e era 54%), enquanto a do deputado de extrema direita subiu (é agora 44% e antes era 41%).
Houve mudanças significativas entre os eleitores de acordo com a renda. Entre os mais ricos (renda de mais de 10 salários mínimos), os mais resistentes a Haddad, Bolsonaro cai de 67% para 61%. Já Haddad foi de 24% para 32%. A mudança com mais impacto no total se deu entre os mais pobres (até 2 salários mínimos): o petista vai de 44% a 47% enquanto o deputado vai de 39% e 37% no seguimento.
"Uma pequena possibilidade de virada"
"Eu diria que o resultado de hoje abre uma pequena possibilidade de virada, mas o favoritismo continua sendo de Bolsonaro", disse o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, na GloboNews.
O quadro acendeu um alerta na campanha do PSL: uma tendência negativa a tão pouco tempo da votação poderia produzir efeitos perigosos. O resultado aparece em uma semana ruim para a campanha de extrema direita. O deputado federal teve de pedir desculpas aos ministros do Supremo Tribunal Federal depois que declarações de seu filho ameaçando a corte passaram a circular nas redes sociais. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a Polícia Federal também investigam desde sexta-feira se empresas bancaram ilegalmente disparos em massa via WhatsApp para beneficiá-lo, conforme publicado em reportagem da Folha.
Nesta quarta, o capitão da reserva do Exército utilizou uma conversa em tempo real com seus seguidores no Facebook para cobrar os aliados de São Paulo, onde, segundo o Ibope, passou a perder do ex-prefeito da cidade, Haddad. "A gente apela para os deputados e senadores que se preocupem não com as campanhas para governador do seu Estado. Eu estou vendo São Paulo, por exemplo... Uma briga em São Paulo. Em vez de brigar pelo voto para mim, ficam lá apoiando um candidato contra outro. Tem de dar uma devida resposta. Pelo amor de Deus, deputados eleitos em São Paulo! O objetivo de vocês é Jair Bolsonaro. Depois é França ou Doria", disse o deputado, comentando a concorrida disputa estadual. Segundo o Datafolha, João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) estão empatados nos votos totais: 43% X 40%.
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