Ibope: Bolsonaro volta a crescer e vai a 31% enquanto Haddad vê rejeição disparar
Número mostra resiliência do eleitorado do capitão reformado em meio à semana mais difícil de sua campanha desde o atentado
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, atestou não só a resiliência de seu eleitorado como viu crescer suas intenções de voto a 31% na pior semana de sua campanha desde o atentado a faca que sofreu em 6 de setembro. É o que mostra pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira, 1º, após reportagens negativas na imprensa e uma massiva marcha no sábado, 29, liderada por mulheres em todos os estados do país, gritando #EleNão. De acordo com a CEO do Ibope, Márcia Cavallari, o capitão reformado apresentou crescimento de 6% entre o eleitorado feminino. O levantamento trouxe, ainda, notícias negativas para o candidato Fernando Haddad (PT), que oscilou negativamente - de 22% para 21% - em relação ao último Ibope encomendado pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S.Paulo e divulgado no dia 24 de setembro. A rejeição ao petista subiu de 30% para 38% e ele voltou a empatar com Bolsonaro em um eventual segundo turno.
O levantamento foi realizado poucos dias após reveses importantes em sua campanha. Reportagem da revista Veja de quinta-feira, 27, revelou que a ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, o havia acusado de ocultação de patrimônio, recebimento de pagamentos não declarados e do furto de um cofre – além de ter dito que o candidato tem um comportamento “agressivo” – durante o processo de separação. Na terça-feira, o jornal Folha de S.Paulo publicou matéria segundo a qual Cristina disse ao Itamaraty, em 2011, que se mudou para Noruega porque havia sido ameaçada de morte pelo ex-marido. Procurada após as publicações, Cristina disse que mentiu na época.
O eleitorado de Bolsonaro resistiu, ainda, ao fogo amigo sofrido pelo candidato, também na última semana, quando seu candidato a vice, o general Hamilton Mourão, chamou o 13º salário de uma “jabuticaba brasileira". O capitão teve que rebater a declaração do leito do hospital, onde ainda estava internado: Criticar o 13º salário "além de uma ofensa à quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”. Bolsonaro ainda desafiou explicitamente a autoridade eleitoral brasileira ao afirmar, em entrevista ao programa policial de José Luis Datena, na TV Bandeirantes, que não aceitaria qualquer resultado diferente da eleição dele. Durante o fim de semana, o candidato baixou o tom do discurso e disse que sua chapa vai ganhar no primeiro turno: "A diferença será tão grande que será impossível qualquer possibilidade de fraude".
Segundo turno
Além do crescimento de intenções de voto no primeiro turno, Bolsonaro voltou a empatar com o segundo colocado nas pesquisas, Fernando Haddad, na simulação de segundo turno. No Ibope anterior, do dia 24, o petista estava em vantagem na disputa (43% a 37%). No levantamento divulgado hoje, os dois candidatos aparecem com 42% das intenção de voto. A eleição parece que será decidida em uma batalha de rejeições, altas em ambos os casos. Segundo o Ibope, 44% dos eleitores não votariam em Bolsonaro e 38%, em Haddad.
Na simulação de segundo turno entre o capitão reformado e Ciro Gomes (PDT), o primeiro tem 39% das intenções de voto e o segundo, 45%. Geraldo Alckmin do PSDB também venceria a segunda etapa da disputa, por 42% a 39%. Já Marina Silva (Rede), perderia de Bolsonaro de 43% a 38%.
A pesquisa ouviu 3.010 eleitores em 208 municípios, entre os dias 29 e 30 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
OS PRINCIPAIS NÚMEROS DA PESQUISA
INTENÇÃO DE VOTO
(Entre parênteses o índice de cada candidato na pesquisa anterior, divulgada no dia 24 de setembro).
Jair Bolsonaro (PSL): 31% (28%)
Fernando Haddad (PT): 21% (22%)
Ciro Gomes (PDT): 11% (11%)
Geraldo Alckmin (PSDB): 8% (8%)
Marina Silva (Rede): 4% (5%)
João Amoêdo (Novo): 3% (3%)
Alvaro Dias (Podemos): 2% (2%)
Henrique Meirelles (MDB): 2% (2%)
Guilherme Boulos (PSOL): % (1%)
Cabo Daciolo (Patriota): 1% (0%)
Branco/nulos: 12% (12%)
Não sabe/não respondeu: 5% (6%)
REJEIÇÃO AOS CANDIDATOS
Jair Bolsonaro (PSL): 44% (46%)
Fernando Haddad (PT): 38% (30%)
Marina Silva (Rede): 25% (25%)
Geraldo Alckmin (PSDB): 19% (20%)
Ciro Gomes (PDT): 18% (18%)
Poderia votar em todos: 2% (2%)
Não sabe/não respondeu: 6% (7%)
SEGUNDO TURNO
Ciro Gomes (45%) X Bolsonaro (39%) - Branco/nulo (13%)/Não sabe (3%)
Geraldo Alckmin (42%) X Bolsonaro (39%) - Branco/nulo (17%)/Não sabe (3%)
Haddad (42%) X Bolsonaro (42%) - Branco/nulo (14%)/Não sabe (3%)
Bolsonaro (43%) X Marina Silva (38%) - Branco/nulo (17%)/Não sabe (2%)
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.