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Truque fácil para se concentrar naquilo que você tem dificuldade: a técnica Pomodoro

Passar longas horas na mesa de trabalho é menos produtivo do que se concentrar em períodos mais curtos e combiná-los com momentos de descanso

Ruben Montenegro
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Se você quer ter alta produtividade em algo que tem dificuldade, nem pense em se manter concentrado horas e horas fazendo somente isso. Está provado que não é a melhor opção. Pelo menos, essa é a conclusão da Universidade de Illinois, que demonstrou que passar longas horas na mesa de trabalho proporciona menos produtividade do que se concentrar durante períodos mais curtos e alterná-los com momentos de descanso. A razão está relacionada aos nossos dois modos de pensar: o focado e o difuso. Enquanto o primeiro mantém nossa atenção completa, o segundo nos relaxa e ajuda a nos distrair até com o voo de uma mosca. Ambos são necessários. Além disso, a criatividade surge da conexão de coisas díspares, que só nascem da mente difusa. Mas, claro, estar sempre no difuso não contribui muito e nem resolve os problemas. Precisamos alternar a mente focada e a difusa para sermos produtivos, e para isso existe uma técnica proposta por Francesco Cirillo nos anos oitenta que continua vigente: a técnica Pomodoro.

Pomodoro significa “tomate” em italiano e seu nome está associado aos relógios de cozinha com os quais se mede o tempo de cozimento. A ideia é usar um relógio – ou um smartphone ou o que tiver à mão – para medir intervalos de 25 minutos nos quais você mantém a mente focada e leva adiante a tarefa complicada. Depois, você se compromete a fazer uma pausa ou até mesmo se dar um pequeno prêmio. Vejamos as fases da técnica Pomodoro:

1. Revise sua agenda e crie o espaço de tempo que você precisa. Cirillo propôs intervalos de 25 minutos além da pausa, mas podem ser de 20 ou 30 minutos. Da mesma forma, há pesquisas posteriores que sugerem intervalos mais longos. Neste ponto, vale a pena que cada pessoa identifique o que mais a ajuda.

2. Consiga um temporizador. Já dissemos, escolha o que for mais confortável para você e se comprometa a segui-lo. Além disso, reúna tudo o que você precisa: documentação ou material necessário. Ligue se precisar de ajuda antes de começar.

3. Concentre-se apenas na tarefa. Este ponto é especialmente difícil. Aqui aparecem as interrupções, as consultas ao celular, os assaltos à geladeira ou à cafeteira. Se aplicarmos a técnica Pomodoro, precisamos eliminar todas as possíveis interrupções: desligar o celular ou fazer o café que “imperiosamente” necessitamos.

4. Faça uma pequena pausa. É aqui onde damos permissão para que a mente difusa entre em cena. Se fizermos 25 minutos de trabalho, uma pausa adequada seria de cinco minutos, por exemplo. Segundo Cirillo, nesse momento não devemos cair na sensação de improdutividade e nos estender e estender. Já dissemos, os descansos ajudam a mente focada.

5. Continuar as sessões de trabalho e fazer uma pausa maior. Os espaços de 25 minutos e cinco de descanso podem ser encadeados até completar três e, em seguida, fazer uma pausa mais longa de 20 minutos, por exemplo. Ou, caso cinco intervalos forem feitos, o descanso poderia ser de 30 minutos. Da mesma forma, neste ponto poderíamos nos dar uma pequena recompensa, como um doce que gostamos, uma caminhada ou qualquer coisa que nos dê energia.

Em suma, todos nós temos dificuldade em nos concentrar em algo que não nos apetece muito, como um trabalho, uma lição de casa ou resolver um problema doméstico. Mas a técnica Pomodoro nos ajuda a melhorar a concentração, alternando a mente focalizada com a difusa. Você faz o teste?

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