“Com o novo algoritmo do Facebook, as ‘fake news’ ganham”
Diretor da 'Folha de S.Paulo' critica falta de soluções para acabar com a propagação de notícias falsas


A Folha de S. Paulo decidiu deixar de publicar conteúdo na sua página do Facebook e, com o anúncio na última semana, o jornal aproveitou para criticar a falta de soluções da rede social para combater a divulgação de notícias falsas. O maior jornal do Brasil, com quase seis milhões de seguidores no Facebook, afirmou que a decisão da rede social de priorizar o conteúdo que publicam amigos e familiares frente aos veículos de comunicação promove a propagação de informação falsa. “Isso reforça a tendência do usuário a consumir cada vez mais conteúdo com o qual tem afinidade, favorecendo a criação de bolhas de opiniões e convicções e a propagação das fake news”, disse o jornal ao anunciar que não alimentaria mais seu perfil.
Em entrevista ao EL PAÍS, o diretor da Folha, Sérgio Dávila, disse que há levantamentos que mostram como a mudança do algoritmo do Facebook, que determina o que veremos mais nos nossos muros, aumentou o alcance das notícias falsas em detrimento do jornalismo profissional. “Faz sentido: fake news são mais apelativas e sensacionalistas, tendem a ser mais compartilhadas que as notícias verdadeiras, em geral menos estridentes. Como o novo algoritmo favorece o compartilhamento pessoal, as fake news ganham."
A decisão do jornal não é apenas editorial, mas também política. “A Folha acha que conteúdo de qualidade tem de ser remunerado; que o usuário deveria ser exposto a opiniões contraditórias; que o noticiário deveria seguir os parâmetros do jornalismo profissional antes de ser divulgado”, explicou Dávila, para concluir: “O Facebook parece não levar em conta nada disso”.
A rede social, no entanto, garante, por meio de um porta-voz, que “está tomando uma série de medidas para garantir que as noticias que as pessoas veem no Facebook sejam informativas e de alta qualidade”.
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