Disparada do gás faz Temer estudar medidas para amenizar preço do botijão para os mais pobres
Presidente também pediu investigação para impedir preços abusivos da gasolina nos postos de combustíveis
Diante da disparada de preço do gás de cozinha nos últimos meses, Michel Temer disse estar estudando algumas medidas para tentar suavizar o valor do produto aos consumidores mais pobres. Em entrevista à Rádio Guaíba na manhã desta sexta-feira, o presidente afirmou que trabalha para encaminhar uma fórmula que permita compensar a escalada de custos à classe mais baixa que sofre um impacto maior.
No acumulado de 12 meses encerrado em janeiro, a inflação do gás de botijão registrou alta de 15,1%. A escalada do preço, na contramão da queda da inflação, pode ser explicada pela nova fórmula utilizada pela Petrobras (única fornecedora do produto) para definir o valor do GLP na refinaria. Desde o segundo semestre do ano passado, a empresa passou a aplicar correções mensais no produto acompanhando o mercado internacional. Neste ano, os ajustes passarão a ser trimestrais, e desde janeiro o gás ficou 5% mais barato nas refinarias, mas isso não significa necessariamente que essa redução seja passada para o consumidor diretamente. Quem define o valor do botijão são as distribuidoras e revendedoras.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que se reúne nesta sexta-feira com Temer para falar sobre o tema, não descarta a possibilidade de haver subsídios para baixar os preços do gás. “O preço do gás é uma questão relevante e nós vamos conversar sobre isso”, disse o ministro a jornalistas em Brasília, segundo a agência Reuters.
Não há informações concretas de qual vai ser o remédio para esse problema e se o Governo irá utilizar programas de ajuda à classe média semelhante aos do passado. Durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, foi criado o vale-gás que pagava um auxílio para famílias de baixa renda. Esse foi um dos programas incorporados ao Bolsa Família no Governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Se a solução for uma espécie de bolsa gás não irá resolver o problema. Não adianta criar mais uma bolsa, uma ação populista. E quando o preço cair? Esse subsídio continuará? O problema é mais estrutural, talvez seja melhor pensar em um repasse das variações com um prazo ainda maior", explica Fábio Gallo, professor de finanças da FGV.
Preços abusivos da gasolina
Michel Temer disse ainda nesta sexta-feira que considera uma “agressão ao consumidor” o fato de que as reduções de preços da gasolina anunciadas pela Petrobras nas refinarias não são repassadas às bombas. Segundo ele, o Governo não vai permitir esse comportamento e foi determinado que a Polícia Federal (PF) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) fiscalizem os postos.Temer explicou ainda que a Petrobras faz os aumentos ou as reduções de acordo com os preços internacionais. Mas reconheceu, no entanto, que "quando há aumento, a bomba de gasolina registra o aumento, mas quando tem redução, não registra a redução. Não vamos permitir isso".
Assim como o gás, a gasolina foi outro combustível que disparou com o aumento do brent, já que a Petrobras também aplica nela uma política de paridade internacional desde julho. O preço médio da gasolina alcançou 4,22 reais por litro no Brasil na semana passada, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Mas não é difícil encontrar o litro por mais de 5 reais em algumas cidades. Os dados da agência mostram ainda que o valor cobrado pelo combustível sobe há 14 semanas seguidas nos postos.
Na quinta-feira, o ministro da Secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco, se reuniu com o presidente do Cade, Alexandre Barreto, e pediu para que o conselho investigue os preços praticados por postos de combustíveis.
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